A Pura arte de vanguarda de Rinaldo Lima vai estar em exposição no centro de cultura


Uma viagem imaginária por um mundo de multicolorido e místico. Com cavaleiros medievais, lanças e caboclos, o mundo do Maracatu encanta pela riqueza dos detalhes desse importante folclore pernambucano. Muito antes do Movimento Armorial fundado pelo escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuana surgir nos anos setenta, os caboclos de lança já balançavam os chocalhos e animavam o carnaval na região de Nazaré da Mata, em Pernambuco.

Foi lá onde a manifestação do Maracatu Rural se popularizou. Esse folguedo também é denominado de Maracatu de Baque Solto, uma referência ao ritmo menos cadenciado que o maracatu tradicional de nação, também conhecido como Baque Virado. O caboclo de lança é o personagem mais importante do Maracatu Rural, uma fusão de diversas outras manifestações tradicionais do Nordeste, como Reisado, Bumba-meu-boi, Caboclinho, entre outros.

Com essa influência de raiz por ser uma pernambucano nato, o artista plástico Rinaldo Lima, que é natural de Recife, mas radicado no Vale do São Francisco há mais de vinte anos, vai expor seu talento em pintura. Baque Solto”, título da exposição, reúne vinte telas em óleo., retratando o “caboclo de lança” – principal personagem do maracatu rural. As telas exploram expressões faciais fortes, características do homem nordestino do interior. Negros, mestiços e caboclos, em sua maioria cortadores de cana, que durante o carnaval revelam sua identidade cultural. A fantasia é cheia de simbolismos.

O caboclo de lança é uma representação do cavaleiro de Ogum, que no sincretismo religioso corresponde a São Jorge, o santo guerreiro. A manta coberta de lantejoulas coloridas representa a armadura, a cabeleira de celofane montada em cima de chapéus de palha homenageiam os orixás através das cores. O cravo branco é um amuleto para “fechar o corpo”. A dança de lança em punho simula uma batalha onde o caboclo desfere golpes no vento.

A exposição “Baque Solto” é financiada pela Fundação Cultural da Bahia através do edital Matilde Matos, de apoio a montagem de exposição de artes visuais. Um ponto a se destacar nas telas é a homenagem que o artista faz a grandes negros da história mundial, como Barak Obama, o ator Morgan Freeman e Pelé, e também o artista baiano Carlinhos Brown. A mostra será lançada nesta terça-feira, (13) no Centro de Cultura João Gilberto, às 20h, e fica até o dia 13 de Outubro. Em novembro será a vez de Salvador, na Galeria Ebec.


 

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