PEDIDO DE EXPULSÃO DO PRESIDENTE DO PT NO RECIFE TUMULTUA O PED

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Mariana Almeida _ PE247 – Continua a briga interminável dentro do PT em Pernambuco. As vésperas da votação do Processo de Eleição Direta (PED) da sigla, o diretório estadual do partido aprovou o início do processo de expulsão do presidente da legenda no Recife, Oscar Barreto.

A denúncia foi formulada pelo ex-vereador Dilson Peixoto (PT), que acusa o correligionário de infidelidade partidária e de ataques a outros membros da sigla. Barreto possui 10 dias para apresentar uma defesa e, caso seja condenado, ainda poderá recorrer à Executiva Nacional do PT. O líder municipal, no entanto, nega a existência do processo, e afirma que as denúncias são feitas com a intenção de tumultuar as eleições do PED, marcadas para este domingo (10).

“Eu queria fazer a correção de que eu não estou sub judice. Nem fui notificado ainda… E eles querem mesmo é tumultuar a eleição. Sabem que vão perder e estão fazendo isso para desmobilizar a militância” afirmou Barreto ao Blog da Folha. Na denúncia postulada ao diretório estadual, Peixoto afirmou que Barreto havia feito campanha para o atual prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), no pleito municipal de 2012, além de ter votado no socialista, ao invés de votar no senador Humberto Costa (PT-PE).

Quando questionado sobre a acusação, Barreto foi irônico. “Eles não tem bola de cristal para saber em quem eu votei”, afirmou.

Nos bastidores, a notícia que se tem foi de que o diretório estadual do partido tomou a decisão de aceitar a denúncia de Peixoto na noite da última terça-feira (5). O pedido de cassação foi aceito, com 11 votos a favor e quatro abstenções, dando início ao processo de expulsão.

O diretório que decidirá o destino do presidente do PT em Recife conta com 57 integrantes, que em sua maioria são formados por membros da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) – liderada por Humberto Costa– e a corrente Mensagem ao Partido – liderada pelo deputado federal João Paulo (PT-PE), companheiro político de Humberto. Oscar Barreto é aliado ao grupo político do ex-prefeito da capital, João da Costa, um dos maiores desafetos político de João Paulo, e apesar do processo em andamento, ele ainda pode se candidatar à reeleição e renovar seu mandato de presidente do Partido dos Trabalhadores na capital.

Em entrevista ao Pernambuco 247, entretanto, o líder nacional da CNB, Francisco Rocha, o Rochinha, afirmou que Barreto tinha conhecimento da reunião realizada na última terça-feira. “Ele estava sabendo da reunião que aconteceu na terça. Tanto sabia que haviam representantes dele lá”, afirmou. De acordo com Rochinha, o diretório nacional do partido ainda não vai se manifestar sobre o assunto. “Dilson Peixoto me mandou os documentos, a denúncia contra Barreto. Mas isso tem que ser discutido em Pernambuco e votado em Pernambuco”, afirmou.

Além da denúncia de infidelidade partidária, Barreto é acusado também de atacar os correligionários. Uma das ocorrências que dariam respaldo à acusação teria acontecido em outubro, na época da entrega dos cargos petistas ao governo de Pernambuco. Na ocasião, o petista declarou à imprensa que Humberto Costa não teria coragem de seguir esta determinação, pois detinha mais de 500 subordinados atuando em diversos órgãos e secretarias estaduais, o que enfureceu os membros da CNB. Mesmo após a saída do PT da base do governo em Pernambuco, Barreto, que é secretário executivo de Agricultura no Estado, ainda não desocupou a pasta, apesar do ultimato dado pelo partido para que todos os seus filiados deixassem os cargos até a última sexta-feira (1).

As divergências entre Barreto e Humberto Costa, entretanto, possuem raízes nas eleições municipais de 2012, quando o então prefeito do Recife João da Costa (PT) decidiu lançar sua pré-candidatura à reeleição. João da Costa foi limado de suas intenções pela direção nacional que acabou por impor uma chapa formada por Humberto e João Paulo. As consequências da celeuma entre eles acabaram por dividir o PT em dois grupos distintos, colocando Humberto e Oscar Barreto – defensor ferrenho de João da Costa – em lados opostos.

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