Tragédia: Jovem comete suicídio e deixa carta pedindo desculpas


O hotel, bar e restaurante Baia Cook, na Orla de Juazeiro, passou o dia de portas fechadas e os funcionários de luto, ainda muito assustados com o momento trágico que marcou a manhã do último domingo (21).
O jovem Leonardo Santana, de 22 anos, se jogou do terraço do hotel depois de três horas de iniciar a ameaça de suicídio. 



Sobrinho do proprietário, conhecido como Santaninha, ele trabalhava há três anos com o tio, e segundo colegas, era uma pessoa alegre, divertida, cheia de vida e demonstrava muita disposição para estudar, trabalhar e malhar.
Natural de Jaguarari, ele morava sozinho em Juazeiro e conduzia sua vida com muita independência, contou os colegas de trabalho. “Ele era uma pessoa muito amiga e nunca demonstrou fraqueza, nem tristeza”, citou Herivelton Gomes.
Ainda chocados com a cena do crime, Herivelton, conta que foi desesperador tentar convencer Leonardo a desistir do suicídio e ao mesmo tempo perceber o quanto ele estava decidido. “Não sabíamos que ele era depressivo”, pontuou. O jovem já havia apresentado problemas depressivos e psiquiátricos e segundo o colega, atualmente fazia uso de medicamentos controlados.
Na carta deixada para a família, o jovem frisava que “não agüentava mais viver no mundo cheio de mortes, assassinatos e tristezas e queria viver em um mundo melhor”, também pedia desculpas a família e deixava claro o amor que ele sentia por todos.
Segundo Herivelton, ele era homossexual assumido, tinha rompido o relacionamento, mas deixou claro antes de morrer, que a sua atitude não tinha nada a ver com a tristeza que vivia no momento e sim “porque queria buscar um mundo melhor para viver”.
Segurança
Antes de chegarem oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros, funcionários do empreendimento conversavam com Leonardo com o intuito de convencê-lo a desistir. Depois com a chegada dos órgãos de segurança, os oficiais mantiveram o mesmo discurso, mas faltava equipamento para inibir a ação ou até mesmo proteger a integridade física do jovem. Herivelton contou que os funcionários pensaram em fazer mutirão para juntar os colchões das camas do hotel para diminuir o impacto da queda, porque o Corpo de Bombeiros não dispunha de equipamentos, mas não houve tempo, e lamentou não ter podido evitar. “Ficamos todos desesperados e quando vimos que apesar dos policias estarem dispostos a ajudar, não tinham muito que fazer”, argumentou.
O jovem subiu às 4 horas para a sacada do hotel e por volta das 7h, se jogou de costas caindo entre as mesas na Praça Santiago Maior, morrendo ainda no local. O corpo foi levado para Jaguarari, cidade que mora sua mãe e familiares, e onde será sepultado. 
Por Mônia Ramos
Fotos Farnésio Silva


 

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