Governo do Estado e Prefeitura de Petrolina brigam pelo comando do sistema de água

“A prefeitura tem todo o direito que querer ter de volta os serviços de água e esgoto de Petrolina, mas para isso terá que pagar tudo o que a Compesa já investiu no município, cerca de R5$ 180 milhões, e ainda brigar na justiça para quebrar o contrato. O Governo do Estado não pensa em entregar nada para a Prefeitura e mesmo enfrentando uma batalha jurídica, estará realizando as obras previstas dentro do plano de trabalho já em andamento firmado em 2007 quando a cidade era governada pelo deputado Odacy Amorim”, disse o secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Bosco Almeida, num recado duro do governador Eduardo Campos (PSB) para o prefeito de Petrolina, Julio Lóssio (PMDB). Lossio mandou para a Câmara de Vereadores da cidade projeto de lei que pede de volta os serviços de água e agosto hoje comandados pela Compesa criando a Empresa Municipal Águas de Petrolina e colocando 45% do sistema para serem comandados pela iniciativa privada. A declaração de João Bosco aconteceu durante a audiência pública realizada na Câmara de Petrolina solicitada pela Comissão de Negócios Municipais da Assembleia Legislativa que é presidida pelo deputado estadual Odacy Amorim (PSB/PE).
A disputa pelo comando do sistema de água e esgoto em Petrolina iniciou em 2003 quando o prefeito era Fernando Bezerra Coelho hoje ministro da Integração Nacional. Fernando quis retomar o serviço naquele momento alegando que a empresa não investia na melhoria do sistema e conseguiu aprovar na Câmara a municipalização do serviço, só que o Governo na época comandado pelo hoje senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) entrou na justiça e isso paralisou todas as obras de melhoria na cidade durante o período em que durou a pendência entre os dois poderes tendo o entendimento com Odacy Amorim em 2007 já com Eduardo Campos governador. O acordo envolveu perdão de dividas da Prefeitura com a estatal de cerca de R$ 20 milhões e em contrapartida a Companhia iniciou a montagem do plano de metas e investimentos para Petrolina avaliado em R$ 180 milhões. O presidente da Compesa, Roberto Tavares que esteve na audiência pública revelou que ficou previsto investir perto de R$ 32 milhões entre 2008 e 2010 e R$ 30 milhões foram executados. “Isso corresponde a 94% do total de obras que realizamos na ampliação e melhoria do sistema. À prefeitura cabia realizar obra que somadas davam R$ 28 milhões, mas só foram realizados 15% desse valor”, destacou.

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