PE247 – Na última semana antes de deixar o cargo de ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) turbinou a agenda administrativa, principalmente nos redutos do PSB na Região Nordeste. FBC, que na semana passada foi um dos socialistas que seguiu a determinação da Executiva Nacional para que todos os filiados do PSB entregassem os cargos que ocupavam na máquina federal, recebeu um pedido da própria presidente Dilma Rousseff (PT) para permanecer mais uma semana no posto.
Agora, ele está usando o tempo extra para conseguir o máximo de visibilidade na posição que o colocou na vitrine da política. A ânsia de FBC em dar visibilidade ao seu nome se deve ao grande número de potenciais candidatos interessados em ser o indicado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para disputar a sucessão estadual no ano que vem.
Além do ministro, que em várias ocasiões já declarou que gostaria de disputar o pleito, já foram considerados, nos bastidores, os nomes do ex-deputado federal pelo PT, Maurício Rands, afastado da política desde 2012, e dos secretários estaduais Tadeu Alencar e Paulo Câmara.
Já o vice-governador João Lyra, do PDT, comunicou nesta quarta-feira (25) ao presidente do partido, Carlos Lupi, que se desfiliaria do partido nesta sexta-feira (27), e já na próxima segunda (1) se juntaria aos socialistas, oq eu também eleva o cacife de Lyra como um nome forte entre as possíveis escolhas de Campos.
Em meio a tantos nomes e especulações, FBC faz o possível para que sua estrela brilhe um pouco mais do que a dos outros correligionários, na esperança de que seja chamado para preencher a vaga ocupada hoje pelo próprio Eduardo no Palácio do Campo das Princesas
Na manhã desta quinta-feira (25), FBC declarou que nenhuma das obras do Ministério da Integração Nacional sofreria atrasos após a sua saída do ministério. “Não acredito que as obras do Ministério da Integração Nacional, mesmo as que estão processo de licitação, vão sofrer atraso com a minha saída”, afirmou. “Pernambuco deu um salto qualitativo, com o apoio da presidenta Dilma Rousseff, em parceria com o governador Eduardo Campos, para que a gente possa ter segurança hídrica, para que na ocorrência de novas estiagens, a região esteja preparada”, relatou o ministro, continuando com o discurso integralista que sempre empregou, apesar do distanciamento político cada vez maior entre o PT e o PSB.
Durante a semana, FBC deve cumprir quatro compromissos em Recife, além de cumprir agenda na Paraíba e outro no Ceará. Ainda nesta quarta-feira (25), o ministro compareceu à cidade de Flores, no interior de Pernambuco, para a inauguração da terceira parte da adutora do Pajeú, projeto orçado em R$ 547 milhões. Este compromisso vem sendo alvo de mal estar entre os socialistas e os petistas. Essa semana, o senador Humberto Costa (PT-PE) declarou que a inauguração havia sido marcada sem que a agenda dos petistas da região, que gostariam de comparecer, fosse conferida, em mais uma crise de mal estar entre o PT e o PSB, que reforça a iminente separação oficial entre os dois partidos. Já no Ceará, FBC pretende assinar a ordem de serviço para o último trecho das obras da Transposição do Rio São Francisco.
Ao pisar no acelerador para garantir uma maior visibilidade em torno de si, o socialista espera reforçar o seu cacife para que, na pior das hipóteses, caso venha a ser preterido na corrida sucessória estadual garanta uma chance de disputar uma vaga para o Senado Federal.