PROJETO ENXAMEAR PROMOVE A ATUALIZAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

foto2-n1767Promover a qualificação de professores de Ciências de escolas públicas de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) visando à utilização de técnicas de ensino e materiais que facilitem e estimulem o aprendizado dos alunos.

Este é o objetivo central do Projeto de Extensão intitulado Enxamear, realizado por uma equipe de docentes, técnicos e estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), sob a coordenação da professora Vinina Ferreira, do Colegiado de Ciências Biológicas da Univasf.

O projeto atua junto a oito escolas das duas cidades promovendo cursos de qualificação para os professores. A ideia, segundo Vinina, é capacitá-los para que possam utilizar em sala de aula os kits com amostras de invertebrados que as escolas participantes irão receber do Enxamear ao final do projeto, em fevereiro de 2014.

O Enxamear realiza encontros mensais com palestras proferidas por professores de outras instituições e da Univasf, além de aulas práticas onde os professores participantes produzem roteiros de aula voltados para alunos do ensino fundamental e do ensino médio que serão aplicados nas turmas após o término do curso. Amanhã (21), será realizado mais um encontro do grupo no Laboratório de Zoologia e Entomologia, que fica no campus Ciências Agrárias (CCA) da Univasf, das 8h às 13h.

Analogia – O nome Enxamear é uma analogia ao processo de reprodução das colônias de abelhas eusssociais chamado de “enxameagem”. Neste processo, a colônia se divide e são definidas as rainhas. A pretensão da organizadora da iniciativa é que o Laboratório de Zoologia e Entomologia funcione como uma colônia de abelhas e que as rainhas, no caso os professores que fazem o curso, recebam o material da colônia e passem para as escolas o conhecimento adquirido.

O laboratório conta com cerca de mil exemplares de invertebrados marinhos coletados em três anos de viagens de campo da disciplina Protostômios I e II a Santa Cruz Cabrália e a Salvador, na Bahia. O acervo também conta com peças originárias de doações da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e do Museu de Zoologia do Rio de Janeiro. Dos mil exemplares, serão doados 200 às escolas. “O manuseio deste tipo de material deve ser cuidadoso. Por isso, a necessidade de uma capacitação voltada a esses professores”, informa Vinina.

Enxamear em números – Participam do projeto cinco professores da Univasf: Vinina Ferreira, Rita Gervásio e Eva Sarmento, respectivamente dos colegiados de Ciências Biológicas, Agronomia e Zootecnia; e as professoras Candice Ferraz, do Centro de Reabilitação Visual; e Daniele Maciel, coordenadora de Políticas de Educação Inclusiva da instituição. Somam-se a esta lista de participantes, dois estudantes de Ciências Biológicas, um técnico da instituição e uma analista universitária da Uneb. Apesar de terem sido ofertadas 16 vagas por conta de um pedido das escolas visitadas de que dois professores de cada escola participassem da iniciativa, ao todo somente nove professores frequentam regularmente as atividades.

De acordo com Vinina, a maioria dos alunos de Biologia chega com muita dificuldade ao ensino fundamental e ao ensino médio. E esse curso representa uma maneira de proporcionar aos professores maior número de ferramentas que podem ser utilizadas visando o aprendizado destes estudantes. “O curso vai refletir no ensino da Graduação. Acredito que os alunos chegarão com mais conhecimento sobre como é o trabalho de um biólogo. Vai ser uma grande melhoria. Eu espero receber um aluno que tenha estudado com um professor desses”, comenta.

Ainda segundo Vinina, após o término do projeto será realizado um acompanhamento dos professores participantes. O objetivo é avaliar se a proposta do Enxamear realmente está sendo seguida, se houve dificuldades no percurso e quais foram.

Inclusão social – Além da preocupação com o ensino de Ciências a equipe tem se preocupado com questões referentes à inclusão social, através das ações desenvolvidas pelas professoras Candice Ferraz e Daniele Maciel. Com o objetivo de tornar o laboratório mais acessível às pessoas com deficiência visual, foi realizada a rotulagem em Braille dos reagentes utilizados nas aulas práticas. Também com essa preocupação, os professores participantes trabalham os roteiros de aulas práticas voltados para a inclusão dos deficientes visuais. “Não queremos que eles façam um curso à parte, mas que acrescentem o conhecimento a respeito de inclusão social às aulas”, enfatiza Vinina.

Helen Sampaio- Crédito/Foto: Arquivo Projeto Enxamear

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