Como o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, reagirá à entrega dos cargos do PSB no governo da presidente Dilma Rousseff deverá ser determinante para as pretensões do socialista de disputar o Governo do Estado.
Principal defensor, em Pernambuco, da manutenção da aliança com o PT, o gestor pode cair de vezes nas graças de seus correligionários – hoje, uma parte considerável da sigla deseja vê-lo na disputa pelo Palácio das Princesas, em 2014 – se aceitar a decisão que pode ser anunciada ainda nesta quarta-feira (18) pela executiva nacional da agremiação.
Contudo, FBC se caracterizou como o grande bastião da aliança, justamente por exaltar sempre que possível – e, quando não era, arrumava um jeito de tornar – os envios de recursos federais para a implementação de obras e intervenções no Estado.
Recentemente, o ministro da Integração Nacional falou, em discurso num almoço que lhe fora oferecido por empresários pernambucanos, que os seus conterrâneos assistiam a um comprometimento ímpar do Governo Federal com o Estado. FBC exibiu todos os convênios firmados entre as duas instâncias e reforçou sua vontade de manter unidos PSB e PT.
Apesar de a informação oficial vir acompanhada do discurso de que os socialistas não se juntarão à oposição, há de se esperar uma postura muito mais crítica e incisiva dos filiados do PSB às medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff.
Com esse quadro se concretizando, FBC terá que demonstrar muito jogo de cintura para não precisar negar todo o discurso que construiu e exibiu ao longo de sua estadia no Ministério da Integração Popular. Convenhamos, uma tarefa bem difícil.
Vale ressaltar que o nome do auxiliar da presidente Dilma Rousseff circulou nas principais rodas de conversas sobre troca de partido com vistas à eleição do próximo ano. Especulou-se, inclusive, que poderia deixar o PSB pelo PT ou PSD com esse objetivo. Estamos muito próximo do término do prazo de mudança partidária e não há o menor sinal de que isso deva ocorrer. Na verdade, o próprio FBC veio a público garantir o contrário: seguirá socialista.