E, como dito acima, o tucano atribui ao ex-presidente petista “o que está aí”. “Ele foi o criador desse governo atual. Ele terá que responder por esse governo e pelo dele. Ele criou Dilma e se gabou por conta disso. Naturalmente, isso faz parte da democracia”.
O tucano, contudo, não chutou a bola levantada por Kertész sobre a Ação Penal 470, o chamado mensalão. “Eu acho que essa questão do mensalão já foi bastante difundida e acompanhada. É um elemento de natureza política que pesa nas pessoas. E isso tem a ver com a questão das manifestações. Traz prejuízo ao PT, mas, em geral, cria um pé atrás com todos os políticos”.
Principal programa do governo petista, sobretudo no Nordeste, o Bolsa Família, na interpretação de José Serra, “estaciona” o país. “Bolsa Família não é a solução. Ele estaciona. Para a pessoa subir na vida precisa mais do que isso. Não se fez inovação nenhuma”.
O ex-governador paulista aproveitou a oportunidade para alfinetar o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que recentemente apresentou dados da área da saúde em palestra que contou com a presença do titular da pasta, ministro Alexandre Padilha.
“O esquisito é ter o ministro da Educação metido com a saúde. Ele devia estar cuidando da educação. A questão da segurança é critica, tem a ver com a vida. Em São Paulo a população reclama muito por segurança”.
Serra comparou os governos Lula e Dilma com o de FHC, no qual ele foi ministro da Saúde, e questionou o desempenho dos petistas no combate ás drogas.
“A questão da droga… Cadê o programa de combate? Anunciam tantos bilhões e programas, e não acontece nada. A fronteira escancarada pra Bolívia… O tráfico… Quando eu estava no Ministério da Saúde, fizemos campanha contra o cigarro e conseguimos desacelerar o consumo, e isso é importante para saúde da população. Mas do crack não tem e vemos todo dia na televisão a desgraça que a droga causa na vida das pessoas e que acaba as levando também para o crime”.
E para fechar a conta, o tucano bateu no governo da presidente Dilma com a questão do número de ministérios. “Eu não teria 39 ministérios de jeito nenhum. O governo tem que começar a fazer coisas que são necessárias e básicas. Tem que colocar gente boa, governar com seriedade, falar menos e fazer mais. Governar é definir prioridades, é dizer o que você não quer também. Quando tudo é prioritário, nada é prioritário também”.