AMADO BATISTA QUE DISSE TER MERECIDO SER TORTURADO VAI CANTAR EM EXPOSIÇÃO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO

amado batista - divulgaçãoO cantor Amado Batista, ídolo da música brega desde os anos 70, com milhões de fãs no Brasil inteiro, foi contratado pelo prefeito de Afogados da Ingazeira e presidente da Amupe, José Patriota (PSB), para se apresentar na Exposição de Animais daquele município no final este mês.

Com o orçamento apertado, o prefeito disse em coletiva de imprensa nesta quinta-feira que pensou em cancelar o evento, mas achou melhor mantê-lo, atendendo ao desejo da população.

A festa irá de 28 de Junho a 1º de Julho, ocasião em que o prefeito vai inaugurar, possivelmente com a presença do governador Eduardo Campos, uma unidade do Corpo de Bombeiros.

Três semanas atrás, numa entrevista dada à apresentadora de TV Marília Gabriela (SBT), Amado Batista contou ter sido preso e torturado, em Goiânia (GO), nos “anos de chumbo”, porque trabalhava numa livraria e tinha contatos com intelectuais que procuravam livros de orientação marxista.

“Eu acho que quando uma criança cospe na sua cara ou chuta na sua canela, o que o pai deve fazer? Então eu estava fazendo a mesma coisa, que não era uma coisa correta (vender livros de orientação marxista)”, disse ele.

Por isso, considerou a tortura um “bom corretivo” para que nunca mais inventasse de brigar com o governo, “que estava nos defendendo de pessoas que estavam querendo tomar o país à força com armas nas mãos”, afirmou o cantor goiano.

Marília Gabriela ficou tão escandalizada com a resposta do cantor que interveio com essas palavras: “Você está louco, Amado? Você sofreu tortura física…”

Amado respondeu: “Mas eu estava errado, acobertando pessoas que estavam querendo tomar o país à força”.

Tamanha ingenuidade e despolitização só pode ser comparada à de Luiz Gonzaga, que fez um show num Teatro do Rio de Janeiro, em 1973, em plena ditadura militar, e danou-se a elogiar o então ministro da Justiça, Armando Falcão, presente ao evento, ignorando completamente a situação política em que o Brasil se encontrava.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *