DIRETO DE SOBRADINHO

COMUNIDADE RECEBE ORIENTAÇÃO SOBRE APICULTURA

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A estiagem tem sido um tempo de oportunidade para aprender no Semiárido. É o que estão fazendo muitas famílias de comunidades rurais, através das capacitações do Programa de Apoio e Fortalecimento da Apicultura no município de Sobradinho (Profapis), uma iniciativa do SAJUC – Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade, uma organização que integra a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com apoio da Brazil Foundation, uma instituição de cooperação internacional.

Nesses dias 8 e 09 de junho, as oficinas de capacitação aconteceram na comunidade de São Gonçalo Novo, a 19 km de Sobradinho, quando cerca de 12 agricultoras e agricultores tiveram os primeiros contatos com a atividade apícola, conhecendo técnicas de criação de abelhas, incluindo a captura de enxames, manuseio de equipamentos e instalação de apiários.

Essas capacitações estão treinando pessoas para trabalharem com a criação de abelhas do gênero Apis, atividades previstas nas ações do Profapis, que pretende capacitar 100 apicultoras/es, distribuir colmeias junto aos participantes e manter um acompanhamento técnico, que contribua para o êxito das ações. As capacitações servem para instruir os participantes sobre a vida das abelhas e sobre a prática de apicultura, desde a instalação de colmeias, as etapas de produção de mel e a comercialização, como explica Aniceto Queiroz, técnico do SAJUC: “É preciso inicia-los na prática da apicultura, mas nesse contexto é preciso mostrar a importância da atividade para a economia da comunidade”.

Ainda sobre o aspecto econômico, para Edilene Carvalho, uma das participantes da atividade, a apicultura aparece nessa época de seca como uma esperança de melhoria da renda familiar: “Criar abelha pode melhorar nossa vida, já que hoje nós só trabalhamos com plantação e criamos algumas ovelhas e galinhas. Viemos participar desse curso para aprender, é sempre bom ter novos conhecimentos”, ressalta.

A comunidade de São Gonçalo Novo é formada por cerca de 70 famílias, a maioria foi expulsa pelo Governo Federal das áreas hoje inundadas pelas águas da barragem de Sobradinho, como afirma Seu José Dias, 68 anos, um dos primeiros habitantes da comunidade: “Nós estamos aqui por causa da barragem, antes vivíamos perto do rio e hoje estamos longe e por isso temos dificuldades, inclusive temos pouca água”. Para José Dias, a criação de abelha também renova as esperanças de sua família, principalmente porque ele sente que seus filhos e netos terão novas formas de viver no seu lugar.

Vinicius Gonçalves

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