Por Mônica Bergamo –
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve deixar o governo até o fim de fevereiro. A informação foi apurada pela jornalista Mônica Bergamo, da BandNews FM. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, ministro antecipará saída do governo para focar na reeleição do presidente, embora PT pressione por candidatura em São Paulo
Segundo a colunista, apesar das dúvidas e especulações de bastidores, “chegou a hora da despedida”. O objetivo principal de Haddad ao antecipar sua saída — o prazo legal de desincompatibilização seria apenas em abril — é assumir a coordenação da campanha do presidente Lula à reeleição em 2026.
Embora lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) façam apelos para que o ministro concorra a um cargo eletivo, Haddad tem insistido que não pretende se candidatar.
Entre interlocutores, ele argumenta que é um dos poucos nomes que conhece o governo “por dentro” e que sabe defendê-lo, qualificando-se para a coordenação estratégica da disputa presidencial.
Balanço positivo da economia
Para justificar o momento da saída, Haddad avalia que seu desempenho à frente do Ministério da Fazenda é positivo e utiliza dados recentes para embasar sua tese. Pesquisa do Datafolha que mostra uma queda na preocupação dos brasileiros com a economia.
Anteriormente, a economia era o maior problema para 22% da população; hoje, esse índice caiu pela metade, chegando a 11%.
Com a economia fora do radar negativo das preocupações principais (dando lugar a temas como saúde e segurança), Haddad considera que possui um “trunfo” para deixar a pasta e focar na política.
O sucessor na Fazenda
De acordo com Bergamo, Haddad já conversou com Lula sobre a saída e o presidente aceitou a possibilidade. O ministro, inclusive, já sugeriu um nome para sua sucessão: Dario Durigan, atual secretário-executivo da pasta e “número dois” de Haddad. Até o momento, no entanto, Lula ainda não “bateu o martelo” sobre a nomeação.
Coordenador ou Candidato
A saída do ministério inaugura o que a jornalista classifica como o “segundo capítulo dessa novela”. Enquanto Haddad planeja apenas coordenar a campanha presidencial, o PT deseja que ele seja candidato em 2026, seja ao governo de São Paulo ou ao Senado.
A pressão do partido baseia-se em dois pontos estratégicos fundamentais para a legenda:
- Bancada no Senado: A prioridade “número zero” de Lula é formar uma bancada forte para evitar que a direita e o bolsonarismo mantenham a maioria na Casa.
- Peso de São Paulo: É considerado fundamental que Lula tenha um palanque forte no estado para garantir votos na eleição presidencial, que promete ser “muito acirrada”. O partido teme que, sem um candidato competitivo ao governo paulista para puxar votos, o presidente possa correr riscos no maior colégio eleitoral do país.