A Polícia Militar de Pernambuco prendeu, nesta quarta-feira, 15, um agente da corporação por suspeita de estuprar uma mulher dentro de um posto da Polícia Rodoviária na PE-60, no Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife. A prisão é preventiva, ou seja, por prazo indeterminado.
A mulher, de 48 anos, denunciou ter sido estuprada após uma abordagem ao carro que dirigia na rodovia durante uma blitz. Na terça, 14, o secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, anunciou três policiais que trabalhavam no local foram afastados das atividades.
Segundo a denúncia, após apresentar os documentos do carro, a vítima teria sido levada para dentro do posto por um policial. Segundo a mulher, o agente disse aos outros dois colegas que a mulher iria beber água. Ela contou ter suspeitado de que isso fosse um código entre eles.
No espaço, após apagar a luz, o policial teria tentado fazer penetração sexual na vítima, que se recusou a abrir as pernas. Em seguida, segundo a vítima, o policial abaixou a cabeça dela, forçando a prática de sexo oral.
“Ele já foi afastado, junto com a equipe que estava com ele na ocorrência, das ruas. Nós estamos dando prioridade total na instrução, seja do ponto de vista pericial, a perícia está trabalhando nisso com prioridade. Nós deveremos agilizar as oitivas, o reconhecimento pessoal, e vamos trabalhar para que, comprovando o fato, ele seja encaminhado à Justiça o quanto antes para responder pelos atos dele”, afirmou o secretário, em entrevista coletiva, na terça.
O secretário também pediu desculpas à mulher, em nome do governo Raquel Lyra (PSD), pelo fato de o crime ter sido praticado por um agente do Estado.
“Minha primeira palavra é de solidariedade, de desculpa. É um fato inadmissível o que foi narrado, o que foi registrado. Uma violência praticada por um agente do estado no interior de uma repartição, mas eu quero dizer que isso é uma exceção. As polícias de Pernambuco são formadas por pessoas muito qualificadas e não é esse o procedimento. Nós repugnamos isso de forma veemente e todas as providências estão sendo tomadas”, disse.
Nesta quarta, o secretário disse que um afastamento administrativo também deverá ser efetuado. “Assim que receber, assinarei pelo afastamento preventivo dele das funções. No momento, ele foi afastado das atividades de rua e foi para o administrativo. […] Ele deixará de portar arma de fogo e não poderá usar a farda da PM”, disse o secretário.
Antes da prisão, a mulher que denunciou o estupro foi à Delegacia de Polícia Judiciária Militar, no Recife, para fazer o reconhecimento do agente, mas o suspeito não compareceu, apresentando um atestado médico. Os outros dois policiais que estavam na blitz foram ao local, mas não foram reconhecidos pela mulher.
Fonte: Folha de S. Paulo