Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, 3, os advogados de Lenno revelam um dos principais motivos para a revogação da prisão do cantor: um laudo da PRF apontando que o artista não apresentava sinais de embriaguez no dia do acidente com vítima fatal, em que se envolveu em maio. Além disso, os defensores do vocalista da banda Desejo de Menina afirmam que restou esclarecida a culpa do motorista da van na dinâmica do acidente, ao fazer uma ultrapassagem em faixa contínua.
“O laudo técnico da Polícia Rodoviária Federal é claro ao confirmar que Lenno não apresentava sinais de embriaguez e nem de uso de substâncias psicoativas no momento do acidente. Ademais, restou esclarecida a concorrência do motorista da Ducato Minibus, que transportava passageiros, na dinâmica do acidente, realizou uma manobra proibida (ultrapassagem em faixa contínua) e que comprometeu a regularidade da condução”, informam os advogados na nota.
Segundo a defesa de Lenno, a prisão foi imposta imediatamente após o acidente de trânsito registrado no dia 5 de maio, com base preponderantemente no depoimento do condutor da van, sem a apresentação de laudos técnicos conclusivos. “Após a interposição do pedido de revogação, o juízo competente reconsiderou a decisão inicial a partir da análise de acervo técnico probatório colecionado posteriormente, que evidencia a inconsistência dos elementos acusatórios iniciais”, destaca.
Os advogados ainda dizem que a repercussão midiática que “precipitou os apontamentos acerca dos fatos, sem maiores esclarecimentos, vem trazendo graves implicações à carreira de Lenno, um artista renomado, afetando sua imagem e compromissos profissionais”.
Entenda o caso
O cantor Lenno se envolveu em um acidente com uma van no dia 5 de maio na BR-428, em Santa Maria da Boa Vista. O carro que ele conduzia, uma Ranger Rover, colidiu na parte traseira do coletivo, fazendo-o sair da pista e capotar. Sete passageiros sofreram graves ferimentos e a bancará Thiara Freire morreu no local do acidente.
Na ocasião, a PRF autuou o cantor em flagrante porque ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. O artista foi liberado pela polícia rodoviária, mas acabou preso no último fim de semana em João Pessoa-PB, após um show da banda Desejo de Menina, por determinação da Vara Única da Comarca de Santa Maria da Boa Vista. Já nesta segunda-feira, 2, a prisão foi revogada, permitindo a soltura do cantor.
A PRF deveria se posicionar diante do impacto e repercussão social e a relevância do acidente que ceifou a vida de uma mulher e causou ferimentos em outras sete pessoas.
Há dois fatos incongruentes na reportagem, sem desmerecer o trabalho jornalístico, mas que devem ser analisados, pois restaram dúvidas.
1) A PRF alega que o Leno se recusou a fazer o teste no etilômetro.
2) Da mesma forma, a PRF afirma que o Leno não demonstrava sinais de embriaguês. Ora, se estava realmente lúcido por quê se recusou a fazer o teste?
3) O Leno alega que a Van estava ultrapassando em faixa contínua, o que colaborou com o acidente. O carro do Leno bateu no fundo da Van. Ora, então ele também estava fazendo ultrapassagem irregular.