Rio São Francisco tem grande importância econômica e cultural

Rio São Francisco, carinhosamente conhecido como Velho Chico, é um dos recursos naturais brasileiros mais importantes, tanto na economia quanto na cultura

Além do sertão pernambucano, o Velho Chico também percorre outros quatro estados


Foto: site da FUNDAJ

Foto: site da FUNDAJ

Com 168 afluentes e 2700 quilômetros de extensão, o São Francisco é o maior rio inteiramente brasileiro. Banhando cinco estados, das regiões Sudeste e Nordeste, o curso d’água é fonte de renda para muitos brasileiros e abriga cinco importantes usinas hidrelétricas, além de influenciar o imaginário popular e a produção musical e de artesanato.

Importância econômica

O Velho Chico também é chamado de “rio da integração nacional”, já que une regiões e também biomas brasileiros. A nascente do rio fica localizada no município de São Roque de Minas, em Minas Gerais. O São Francisco, então, segue pelo interior da Bahia e serpenteia pela divisa entre Pernambuco e Bahia, até a foz, que fica entre os estados de Sergipe e Alagoas. Já a Bacia do São Francisco tem uma área de 634 mil quilômetros quadrados, que também está presente em uma pequena parte de Goiás e do Distrito Federal.

Atualmente, cerca de 20 milhões de pessoas moram na região da Bacia do São Francisco, que abrange mais de 500 municípios e cerca de 9% da extensão territorial do país. Dessa quantidade, muitas pessoas tiram seu sustento do rio, como pescadores e barqueiros. Além disso, o rio também funciona como meio de transporte de cargas e alimenta o turismo. O São Francisco também abriga as usinas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Itaparica e Xingó, que geram energia elétrica para abastecer todo o Nordeste e parte de Minas Gerais. A agricultura também é um ponto forte: são mais de 150 hectares irrigados pelo Rio São Francisco.

Por outro lado, as atividades econômicas realizadas na bacia do rio, em especial o agronegócio e o transporte de carga, acabam trazendo prejuízos ambientais. A agricultura, assim como a mineração (que também acontece na área), provocam o desmatamento de áreas do cerrado e da caatinga, o que contribui para o aquecimento global e para a poluição e o assoreamento do rio.

Músicas, lendas e artesanato

Já na cultura, o Velho Chico tem uma influência inegável. É possível perceber isso até mesmo por uma das usinas hidrelétricas presentes no rio. A usina de Itaparica, localizada no município de Petrolândia, no sertão pernambucano, recebe o nome de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, nascido em Exu, também no sertão de Pernambuco, compôs a música “Riacho do Navio”, que homenageia o Velho Chico: “Riacho do Navio / Corre pro Pajeú / O rio Pajeú vai despejar / No São Francisco / O rio São Francisco / Vai bater no meio do mar”.

Outra canção que homenageia o São Francisco é “Santo Rio”, do cantor e compositor petrolinense Geraldo Azevedo: “A cidade fica mais bonita / Quando a chuva molha / Quando a chuva cai / No dorso do Rio São Francisco”. Já o Trio Nordestino compôs “Petrolina Juazeiro”, que celebra as duas cidades, uma em Pernambuco e outra na Bahia, separadas pelo Velho Chico: “Na margem do São Francisco nasceu a beleza / A natureza ela conservou / Jesus abençoou com a sua mão divina / Pra não morrer de saudade, vou voltar pra Petrolina”.

As carrancas, também mencionadas na música do Trio Nordestino, também são marcantes no Rio São Francisco. Surgidas por volta do século XIX, as imagens de rostos humanos com características de animais eram usadas como figuras de proa pelos barqueiros e pescadores. Na sabedoria popular, as carrancas tinham o poder de afastar os perigos e as assombrações que, segundo as lendas, viviam no rio, como o Nego D’água. Com o tempo, as imagens deixaram de ser usadas como figuras de proa e tornaram-se objetos decorativos para as casas, mas ainda carregando a mesma crença.

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