Por causa de dívida da Codevasf, 6 mil pessoas ficam sem água após corte de energia no Sertão

por Adelmo Lucena  –  

Pelo menos 6 mil pessoas do distrito Perímetro Irrigado Zé Preá, em Orocó, no Sertão, ficaram sem abastecimento de água nesta quarta-feira (9) após a energia ser cortada na Estação de Bombeamento (EB-1), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

O caso foi denunciado por um dos moradores da localidade, Valdenir, que gravou um vídeo e divulgou nas redes sociais, afirmando estar “cansado” da situação.

De acordo com Valdenir, o corte de energia na estação afeta o abastecimento de água nas escolas, creches, postos de saúde, comércios, além das casas.

Ele contou que os funcionários da Neoenergia compareceram ao local junto com a Polícia Militar e que foram embora após o serviço, realizado no final da tarde.

“A gente já está cansado desta situação. Há 15 dias a Secretaria Geral da Presidência estava aqui e o que ganhamos com isso foi um corte de energia agora. Fica uma briga da Codevasf com Chesf e com o Governo e quem paga somos nós.

A gente está acobertado por uma liminar concedida por um juiz do município de Orocó… Nós perguntamos: ‘cadê a ordem judicial?’ E ninguém mostrou”, desabafou o morador.

Procurada pelo Diario de Pernambuco, a Neoenergia informou que “frustradas diversas tentativas de negociação de débitos com a Codevasf, executou, na tarde desta quarta-feira (09), a suspensão do fornecimento de energia por inadimplência em unidades consumidoras da companhia no Sertão do São Francisco”.

Segundo a empresa, a “medida foi o último recurso adotado pela distribuidora, após esgotados todos os prazos e tratativas administrativas previstas”.

Por fim, a Neoenergia destacou que está à disposição para a retomada do diálogo com o órgão público e se compromete em religar, imediatamente, as unidades após a quitação das faturas em aberto.

Informações extraoficiais dão conta de que a dívida da Codevasf com a Neoenergia é de dezenas de milhões de reais.

O Diario de Pernambuco entrou em contato com a Codevasf, que se comprometeu a enviar uma nota de esclarecimento nesta quinta-feira (10).

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