Conhecido como o “Atirador do Cinema”, Mateus da Costa Meira foi solto após 25 anos de prisão devido a um massacre que cometeu em novembro de 1999 no Shopping Morumbi, em São Paulo.
No dia do crime, ele utilizou uma submetralhadora, matando três pessoas e ferindo outras quatro. Mateus foi preso em flagrante e condenado inicialmente a mais de 120 anos de prisão.
Diagnosticado com esquizofrenia, ele ficou detido até 18 de setembro deste ano, quando a Vara de Medidas Alternativas de Salvador determinou sua desinternação, afirmando que ele “goza de plenas condições de retorno ao convívio social e familiar”.
A decisão, assinada pela juíza Marcela Moura França Pomponet, foi baseada em um laudo do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico da Bahia, que concluiu que ele não apresenta risco de periculosidade.
De acordo com o jornal Correio, hoje, com 49 anos, Matheus mora em Salvador e pretende retomar os estudos e concluir o curso de Medicina. Ele estava no seu sexto e último ano, a apenas 15 dias da formatura quando cometeu o crime.
Todos os custos de Mateus eram mantidos pela família, que reside atualmente na capital baiana. De acordo com um colega de faculdade da época, ouvido pela reportagem, ele está hoje na casa dos pais.
“No bairro da Graça. Está tomando os remédios, em tratamento e pretende refazer a vida, voltar a estudar Medicina. Estava no último semestre”, diz a fonte. Ainda segundo ele, o ex-estudante não conversa muito. “Talvez seja devido às medicações”, disse.
Mesmo em liberdade, Mateus permanecerá sob vigilância durante um ano e deverá seguir uma série de obrigações. Ele precisa estar em casa das 22h às 6h, não pode mudar de endereço sem aviso prévio à Justiça, e está proibido de consumir álcool ou frequentar festas. Além disso, não poderá portar armas e deverá manter boa relação com amigos e familiares. A decisão judicial reflete as novas diretrizes da política antimanicomial, priorizando a desinternação acompanhada de suporte à saúde mental.
A tragédia no Morumbi Shopping, que chocou o Brasil, ocorreu em 3 de novembro de 1999, quando Mateus começou a atirar dentro do cinema, resultando em três mortes e várias pessoas feridas. Após a condenação, Mateus passou por diferentes instituições penitenciárias até ser encaminhado ao Hospital de Custódia em Salvador. Em 2009, foi absolvido de uma acusação de tentativa de homicídio contra um colega de cela, sendo considerado inimputável devido às suas doenças mentais.