Na foto, grande parte da terra que não possui vegetação, como campos não plantados e estradas não pavimentadas, aparece brilhante em vermelho e amarelo. Essa coloração vem da argila e do solo subjacente típico do cerrado mineiro, rico em compostos minerais como ferro e alumínio.

O verde, que varia dos tons mais claros a escuros, revela os múltiplos usos da água do enorme rio para as populações residentes de seus arredores. Essa água serve tanto para produção agrícola familiar de subsistência como para abastecer as cadeias produtivas nacionais – e, em alguns casos, internacionais.

Por fim, a linha laranja visível como um contorno costeiro do reservatório marca onde os níveis de água já foram mais altos. Com quilômetros adentro do cerrado e da caatinga, onde a umidade e a precipitação têm níveis baixíssimos, o São Francisco sobrevive perene por meio da alimentação providenciada pelo encontro com cerca de 168 afluentes.

A imagem foi feita com uma câmera digital Nikon D5, com distância focal de 420 milímetros. Embora a agência espacial não tenha indicado quem foi o autor da fotografia, sabe-se que foi um dos tripulantes da Expedição 70 à ISS, que durou entre setembro de 2023 e abril de 2024, e contou com astronautas da Nasa e da Roscosmos.

Com cerca de 2.863 km, o São Francisco é o quarto maior rio do Brasil. Em seu trajeto desde sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até o seu desague no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, o canal passa por 521 municípios em cinco estados.

Além de ser um recurso essencial para abastecer diversas cidades com água, o rio também é um importante agente econômico no desenvolvimento agrícola, pesca, transporte e produção de energia na região. Ao todo, o São Francisco possui seis usinas hidrelétricas e dois trechos de estirões navegáveis.