*Prof.º Paulo José de Oliveira

Na medida em que cresce a demanda de recursos hídricos diminui a probabilidade de fornecimento de água potável em muitas regiões, como conseqüência das mudanças climáticas.
Aqui em Juazeiro não é diferente. Os países e as populações mais pobres são os que sofrerão com maior intensidade a falta de água, seja no continente africano, seja no Brasil, no nordeste, na Bahia e em Juazeiro.
A escassez de água é uma realidade no mundo, dezenas de cidades e países já enfrentam esse problema, A falta de água acontece pelo fato das reservas serem finitas, e a quantidade disponível estar diminuindo, além disso, a demanda tem aumentado por causa do crescimento populacional e econômico.
Grandes empresas multinacionais, e grandes construtoras aqui no Brasil (Odebrecht, Camargo Correia, etc.) estão diversificando seus negócios, investindo milhões de dólares em pesquisa de lençóis freáticos, além de participarem das famigeradas P.P.P ‘S ( Parcerias Público-Privadas). A água será o grande nicho econômico, já para 2050, e, sendo um recurso natural finito e bastante vulnerável, é um bem econômico de valor inestimável.
A economia de um país, de uma cidade, demandam basicamente do uso da água, nas atividades agrícolas e pecuárias, no funcionamento das indústrias e para consumo humano. Tudo isso, em Juazeiro, estará nas mãos de uma única empresa ou empresário, porque a Câmara de Vereadores da nossa cidade, que se diz “ A Casa do Povo,” deu um passe livre ou cheque assinado em branco aos capitalistas do governo, permitindo a exploração do povo de forma oficial, para a gestão, exploração, monopolização de um bem vital para a economia e para a vida de nossa população. Aprígio Duarte que deu nome àquela Casa, por certo deve ter se virado no túmulo, tamanha a irresponsabilidade de seus membros.
A saída para essa situação é a gestão compartilhada da água, um exercício de fraternidade e humanismo. Infelizmente, segundo dados de pesquisas atuais, apenas 10% da população de Juazeiro está preocupada com essa situação. As associações de moradores não se manifestam, os clubes de serviços não se manifestam, os sindicatos não se manifestam ( e quando se fala das PPP”S, dizem que foram pegos de surpresa), quando esse tema já foi ventilado em carta aberta à população desde janeiro de 2012.
Ficará evidente em breve, que o SAAE é viável, lucrativo e poderá fazer os investimentos necessários para atender ao crescimento urbanístico e populacional de Juazeiro, com recursos próprios e sem perder a sua autonomia. Antes, porém, faz-se necessário combater a má gestão, a ineficiência, a fraude e os permanentes ataques à sua autonomia administrativa e robustez financeira.
O uso adequado, o respeito e o reconhecimento da importância da água são as mais puras manifestações da cidadania.
Prof.º Paulo José de Oliveira/ Presidente do Diretório Municipal do Psol- Juazeiro- Bahia.