A entidade ligada ao governo de São Paulo fará parte de um consórcio internacional e espera ter capacidade para produzir a maior parte dos imunizantes utilizados na nova vacina, apelidada de Butanvac. Atualmente, o Brasil depende de insumos internacionais para poder desenvolver as vacinas da CoronaVac e de Oxford/AstraZeneca.
A Butanvac passou nos testes pré-clínicos, onde os efeitos são observados em animais. Os ensaios 1 e 2, voltados para segurança e a capacidade de promover resposta imune, envolveriam 1.800 pessoas e são os que terão o pedido de testes feito à Anvisa nesta sexta-feira.
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A fase de eficácia, onde pode ser pedido o uso emergencial e o registro final, são a terceira parte deste processo.
A intenção é ter a vacina pronta no prazo de dois meses, com a chamada produção de risco iniciada em maio, mesmo sem o aval da Anvisa. Todos os testes do novo imunizante serão feitos em São Paulo, com cidadãos de várias idades. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, é possível ter 40 milhões de doses prontas até o fim do ano.
O Butantan foi selecionado para a produção do imunizante porque a tecnologia necessária é a mesma da vacina da gripe, já desenvolvida pelo laboratório nacional.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o Butantan faz parte de um consórcio internacional para a produção da Butanvac com o Vietnã e a Tailândia – neste último, os testes da etapa 1 já estão em andamento. A expectativa do Butantan é ter 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se ela funcionar.
A Folha de S.Paulo também informou que a tecnologia da Butanvac usa o vírus inativado de uma gripe aviária, a doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do Sars-CoV-2.
Em parceria com o laboratório chinês Sinovac, o Instituto Butantan já ofereceu ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) 27,8 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. Até o fim de abril, o total de vacinas garantidas pelo Butantan ao país somará 46 milhões.