“Lund pode muito bem virar um epicentro de avanço do coronavírus”, disse, ainda em abril, Gustav Lundblad, presidente do comitê ambiental local.
Com as fezes de galinha nos gramados, “temos a chance de fertilizar a grama e ao mesmo tempo deixá-la fedida, de modo que não seja agradável sentar-se ali para tomar uma cerveja”, agregou.
A Suécia tem tido uma abordagem incomum — e também polêmica – no enfrentamento da pandemia. Ao contrário da maior parte da Europa e da Escandinávia, o país não impôs um “lockdown” severo e manteve a maioria das escolas, bares, restaurantes e comércios abertos, embora tenha pedido que as pessoas evitassem aglomerações e mantivessem o distanciamento social.
O país de 10,2 milhões de habitantes tem tido um número de infectados (22,3 mil, segundo a OMS em 4 de maio) e mortos pela covid-19 (2,6 mil) bem maior que seus vizinhos nórdicos — a Dinamarca, com população de 5,8 milhões, registrou até agora 9,5 mil casos e 484 óbitos.
Isso levou alguns cientistas suecos a tecerem fortes críticas ao governo, acusando-o de ser leniente com a vida dos cidadãos e cobrando uma quarentena mais rigorosa. Ao mesmo tempo, apesar da ausência de medidas duras, o país não vivenciou o colapso sofrido por outros países europeus, como Itália ou Espanha.
“Tenho confiança na estratégia”, respondeu o premiê sueco, Stefan Lofven, na semana passada, segundo a agência Reuters. “Uma razão pela qual escolhemos essa estratégia é que temos apoiado as agências (de combate à pandemia), e as medidas são sustentáveis ao longo do tempo.”
A Reuters destaca que a população sueca é bastante espalhada por seu território, e mais da metade das residências são ocupadas por apenas um morador ,— a maior proporção na União Europeia. Além disso, o país tem um dos mais altos índices de confiança da população em seu governo.