No recanto do seu quintal, o poeta Manuca Almeida vive uma nova fase na carreira. Só no primeiro trimestre deste ano, Manuca teve mais de 30 músicas gravadas. Segundo o artista, desde quando entrou no mundo musical, há 30 anos, isso nunca tinha acontecido. As canções do compositor juazeirense, que em 2001 ganhou um dos maiores prêmios da música, o Grammy Award, com a música “Esperando na Janela” em parceria com Targino Gondim, interpretada por Gilberto Gil, nesse novo momento estão sendo gravadas por artistas independentes até nomes consagrados como Elba Ramalho e Adelmário Coelho.
Além das composições que já foram gravadas nesses três meses, Manuca garante que outras canções estão sendo preparadas ainda para esse ano. “Nunca rolou isso com tanta efervescência. A previsão é de muito mais canções no decorrer do ano”, promete. Comparado ao ano passado, o número de músicas de Manuca que foram levadas ao estúdio subiu consideravelmente. Em 2010 e nos anos anteriores, o poeta teve aproximadamente 10 obras gravadas.
Na visão de Manuca esses números não são ruins. “Foram poucas canções, mas eu digo pouca mais é muito para quem mora em uma cidade do interior da Bahia. De certa maneira eu me locomovo bem e meu trabalho vem ganhando um espaço cada vez maior e a procura é maior. Algumas dessas músicas gravadas hoje foram plantadas há quatro, cinco anos, algumas eu não tinha nem conhecimento do artista está rolando”, revela Manuca
Sobre a fase fértil de produções, Manuca Almeida conta que mesmo parando de compor, ainda assim, ele teria muita coisa pronta. “Eu sou um dos poucos artistas que poderiam parar de compor, mas que mesmo assim ainda teria muita coisa inédita”, revela. Esse acervo musical deve-se em grande parte as inúmeras parcerias feitas pelo artista durante a carreira. “Ao longo desses anos eu fui criando parceiros novos e me arriscando nessas linguagens novas”.
O mais recente fruto dessas parcerias será o Cd “Venha Logo”, com previsão de lançamento ainda para esse ano. O disco leva a assinatura de Manuca Almeida e João Sereno, responsáveis por todas as músicas do álbum. E para brindar esse encontro, o ritmo escolhido para ser trabalhado foi o forró.
Como todo artista, Manuca tem o seu processo particular de produção. Quanto a esse procedimento o poeta revela. “Eu procuro fazer música, e faço música para os outros e não o pra mim. Por mais que eu tenha uma responsabilidade em querer que a canção seja bem feita, bonita e que possa agradar, essa canção sempre é feita em função do outro”, concluiu Manuca.
Texto: Emerson Rocha