Ex-jogador de futebol é acusado de esquartejar a irmã por herança

O ex-jogador de futebol Luis Antônio de Medeiros Senna, de 45 anos, foi acusado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro de ter assassinado a irmã, Samura Sento Sé Braz, de 34. A designer gráfica foi morta a facadas na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. O motivo seria uma disputa pela herança deixada pela mãe aos dois.

Segundo o relatório da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), além de esfaquear por 30 vezes a irmã, Luis Antônio esquartejou Samura e tentou esconder o corpo.

O ex-jogador, que passou pelos times Bangu e Portuguesa, teve a prisão temporária decretada pelo Plantão Judiciário nessa terça-feira (26/3). A delegada titular da DDPA, Elen Souto, pediu a prisão do jogador após descobrir que ele havia feito um pedido de empréstimo de R$ 11 mil para fugir do Rio de Janeiro. O acusado do crime passou a ser considerado foragido.

As investigações mostram que Luis e Samura eram filhos adotivos de Antônia Sento Sé Senna, que morreu em agosto de 2014. Como herança, a mulher distribuiu os imóveis que tinha entre os dois herdeiros. De acordo com parentes e amigos, a casa onde Antônia morava com os filhos, no bairro Jardim Carioca, deveria fica para a filha. Luis, porém, não se conformava com a divisão.

UMA AMIGA DE SAMURA AFIRMOU QUE OS IRMÃOS BRIGAVAM COM FREQUÊNCIA POR CAUSA DA HERANÇA DEIXADA EM TESTAMENTO. AINDA SEGUNDO A AMIGA, LUIS SE RECUSAVA A SAIR DO IMÓVEL DEIXADO A SAMURA, COM ALEGAÇÕES DE QUE ELE TINHA DIREITOS AO LOCAL.

Samura não foi vista mais desde a noite do último dia 13, mas o desaparecimento só foi registrado uma semana depois por amigos da moça. Luis, mesmo morando com ela, não procurou a polícia para registrar o sumiço repentino. No dia 16, foi encontrado apenas o tronco da designer e, no outro dia, os membros e a cabeça.

No primeiro depoimento do ex-jogador, os investigadores tiveram a atenção voltada para seis cortes na mão esquerda de Luis, que, de acordo ele mesmo, foram feitos no dia do desaparecimento de Samura. Quando tentou explicar como os cortes haviam acontecido, o acusado se perdeu e apresentou duas versões diferentes.

Luis também afirmou não ter visto a irmã na noite do desaparecimento e disse acreditar que “ela tinha viajado e não atendeu ao telefonema de ninguém”. Quando foi perguntado pelos investigadores sobre o motivo de ter demorado oito dias para tomar providências para localizar a irmã, ele afirmou que “entendeu [o desaparecimento] como algo normal, já que ela [Samura] saía e não dava satisfação”.

A mulher de Luis, que mora na mesma casa que Samura, desmentiu o depoimento do marido em vários pontos e afirmou que as brigas entre os irmãos eram constantes.

No último dia 23, agentes da DDPA foram à casa de Luis para intimá-lo a prestar novo depoimento, mas ele fugiu pelos fundos do imóvel.

AF Newss/ Metrópoles/Foto:Divulgação