O estudo, publicado no periódico Psychological Science, acompanhou mais de 220 casais durante os três anos posteriores ao casamento. “Incrivelmente, nunca tivemos problemas com pessoas que não queriam participar do estudo. Ao que parece, todos estão interessados em entender o relacionamento entre os casais, ou melhor, o próprio relacionamento, no caso dos entrevistados”, diz Sandra Murray, pesquisadora da Universidade de Buffalo, EUA. Os participantes começaram preenchendo questionários sobre si mesmos, sobre seus parceiros e avaliando o próprio casamento. Isso foi repetido em intervalos de seis meses. Murray e sua equipe também analisaram as afirmações dos participantes sobre as idealizações que eles tinham sobre os parceiros e as esperanças em relação ao casamento. A partir disso, os pesquisadores criaram uma escala de níveis de idealizações e compararam aos resultados dos questionários. Algumas pessoas, vale lembrar, tinham níveis de idealizações irreais, enquanto outras ainda mantinham certo “pé no chão”.
No final da pesquisa, aquelas pessoas que haviam demonstrado um nível de idealização irreal – como, por exemplo, indicar os parceiros como tendo um porte atlético, quando na realidade isso não acontecia – tinham um nível de satisfação com o casamento muito maior. Exatamente o inverso do que normalmente se acredita, pois essas pessoas não tinham altos níveis de frustração.
“As pessoas são muito boas em modificar o modo como se veem e, ao que parece, como veem as pessoas ao seu lado”, afirma a pesquisadora. “Um indivíduo pode realmente se achar um grande motorista, mesmo que as multas não parem de chegar à sua caixa de correio ou que os acidentes sejam rotineiros. Dessa mesma forma, algumas pessoas fazem que seus ideais se moldem perfeitamente em seus parceiros, mesmo que isso não seja real, e se tornam muito felizes com suas escolhas”, aponta Murray.
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com informações da Association for Psychological Science