Governo Dilma reage às críticas de Eduardo Campos

Paulo Emílio _PE247

O Governo Federal reagiu às críticas do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, de que a economia precisa ser alavancada e que “os 90 dias iniciais de 2013 serão decisivos para a presidente Dilma”. A resposta do Palácio do Planalto virá em 2013, na forma de investimentos destinados a alavancar um crescimento entre 3,5% e 4%. Independente disto, socialistas e partidos aliados mostram-se animados com a entrevista concedida por Eduardo ao jornal O Estado de São Paulo e publicada nesta segunda-feira (17) onde ele declarou que a economia está quase paralisada e que os “90 dias iniciais de 2013 serão decisivos para a presidente Dilma”. O governador figura com 4% das intenções de voto à Presidência da República, segundo o instituto Datafolha.

Segundo matéria publicada pelo Jornal O Estado de São Paulo, o anúncio dos aportes destinados a promover o crescimento econômico foi feito pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA). Concordo com o governador Eduardo Campos. Temos de crescer muito forte e isso vai acontecer.

A presidente Dilma Rousseff preparou o País para isso. No ano que vem haverá fortes investimentos em todos os setores, principalmente na infraestrutura. No ano que vem entrará em vigor a concessão das rodovias e ferrovias, a nova legislação para os portos e novas concessões para aeroportos. O discurso do Governo, em tom ameno, visa não bater de frente com o governador que tem se posicionado como pré-candidato à Presidência da República em 2014, embora integre a base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

A mesma defesa foi feita pelo senador Jorge Viana (PT-AC). “Eu também concordo com o governador Eduardo Campos. Temos a informação de que a crise na Europa e nos Estados Unidos já está arrefecendo e o Brasil poderá adotar uma linha de forte injeção de investimentos por todos os lados.” Viana disse ao Estadão que o ano de 2012 foi perdido e que o governo sabe disso.

Já a entrevista concedida por Eduardo Campos ao jornal e veiculada na última segunda-feira(17) animou os integrantes do PSB e também do PDT. Segundo o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), a meta para 2014 é reeleger os seis governadores da legenda e disputar o governo em nos estados em que existir chances de vitória. Nesta lista está o Distrito Federal, onde os socialistas romperam a aliança que mantinham com o petista Agnelo Queiroz. Com a cisão, Rollemberg poderá se candidatar ao governo através de uma dobradinha conjunta com o PDT e outros partidos que integram o governo Dilma.

O senador Cristovam Buarque, que defende que Eduardo Campos saia candidato em 2014, disse que a entrevista do socialista demonstra maturidade. “É a primeira vez que vejo um líder de Eduardo Campos, muito provavelmente candidato a presidente da República, afirmar de alto e bom tom nos jornais que o governo baixou juros, desvalorizou a taxa de câmbio, aumentou o gasto público, adotou medidas para diminuir o custo de produção, reduziu impostos, abriu a concessão dos serviços públicos ao setor privado, fez intervenções em alguns setores e, mesmo assim, a economia brasileira não reagiu”, declarou.

Membro do PTB, o senador Armando Monteiro Neto (PE), também se mostrou favorável ao posicionamento do presidente do PSB. ‘Não há como negar o papel que o governador Eduardo Campos passou a ter, independentemente de candidatura. Não podemos antecipar isso, mas ele é um ator nacional, e como tal há de se posicionar’, disse durante um almoço onde fazia um balanço da sua atuação parlamentar.

Armando, que também tem se colocado como um dos principais nomes para suceder Roberto Jefferson na presidência do PTB, pretende usar sua força dentro da legenda para “trabalhar e alinhar o PTB com o projeto nacional mais interessante”, apontando os rumos que a legenda deverá seguir em 2014. O único porém está no fato de que Armando, que em Pernambuco integra a Frente Popular (união de partidos que garante a sustentação da administração socialista), já se colocou como “o melhor nome” para suceder Eduardo Campos no Governo do Estado. O apoio aos planos nacionais de Eduardo, neste caso, poderá estar condicionado ao fulcro do governador à sua intenção em sucedê-lo.

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