ELEIÇÕES 2018-PE: “FORA” DA DISPUTA, FATOR MARÍLIA DÁ UMA SACUDIDELA NAS ELEIÇÕES EM PERNAMBUCO

O efeito “revolta” pode mudar o rumo das eleições no estado

Em 2014 a eleição para governador tomou um rumo diferente por conta da comoção dos pernambucanos pela morte de Eduardo Campos, naquele ano aconteceu uma das mais impressionantes reviravoltas da política. Em apenas três semanas, o então candidato Paulo Câmara, do PSB, afilhado político do ex-governador, cresceu 23 pontos e empatou no primeiro lugar com seu principal rival o senador Armando Monteiro, candidato do PTB, na época apoiado por Lula e por Dilma. O efeito comoção provocou uma mudança tão gigantesca, que o candidato Paulo Câmara ganhou no primeiro turno e com larga diferença.

Quatro anos passados é possível que outro efeito mais uma vez faça a diferença em uma campanha eleitoral no estado de Pernambuco, isso levando em consideração que os petistas defensores da rifada candidatura de Marília Arraes possam mergulhar num estado de “revolta” total. Uma vez que, a junção dos poderes de Paulo Câmara no PSB e de Humberto Costa no PT, foi o suficiente para tirar da disputa a jovem petista que até então era vista como a “Esperança dos Pernambucanos de Volta ao Poder”, como disse Miguel Arraes em 1986. Naquele ano a esperança venceu o medo e Arraes voltou a ser governador de Pernambuco.

Em 2014 os aliados de Paulo Câmara explorou o maximo que puderam a imagem do líder morto no acidente aéreo, tudo isso colaborou com o crescimento rápido do candidato de Campos nas pesquisas eleitorais. Com o trágico falecimento de Campos, houve comoção e uma grande exposição de seus aliados na mídia. Com isso até a inesperada vitoria de Fernando Bezerra Coelho para o senado aconteceu, pois todos davam como certo que o ex-prefeito do Recife João Paulo já tinha cadeira garantida no senado federal. Fernando venceu e também com larga vantagem de votos.

Nesta eleição pode entrar em cena o efeito “revolta”. Marília Arraes estava tecnicamente empatada com o dois principais concorrente, segundo números das ultimas pesquisas eleitorais. Como Marilia foi colocada pra fora da disputa pelo governo do estado de forma desrespeitosa na opinião de muitos petistas, esses mesmos petistas que sonharam com a volta da esperança, podem seguir caminhos diferentes dos defendidos por PSB estadual e PT nacional. Nesse caso, esse considerado grupo de revoltados por conta do atropelamento a liberdade e o direito de ter candidatura própria é possível que sejam a grande diferença nesta eleição.