EDUARDO NÃO GARANTE QUE VÁ TERMINAR O MANDATO

ELZA FIUZA AGENCIABRASIL-ABr:

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que a possibilidade de ele não concluir seu atual mandado é “real”. A resposta foi dada em entrevista concedida na quinta-feira, 13, ao Jornal do Commercio e ao Blog no Jamildo, e publicada neste domingo. Campos também criticou a fulanização do debate sucessório presidencial e discursou que o momento e de construir um consenso nacional para que o Brasil avance.

“Eu tenho que fazer, num determinado momento, em 2014, um diálogo com meus companheiros para saber qual será o papel que eu vou cumprir. Eu posso, em primeiro lugar, ficar, e não tem drama nenhum nisso, e posso sair. Saindo, deverei ter uma missão para justificar essa saída. E vocês acham que é possível decidir essa missão agora?”, afirmou, ao ser questionado sobre seus projetos futuros.

Sobre 2014, o socialista afirmou que é necessário examinar com acuidade as conjunturas política e econômica para não se cometer erros de diagnóstico. “Se erra na leitura, é feito médico que erra na leitura dos exames. Ele vai errar na indicação do tratamento”, receitou.

Eduardo declarou que é preciso compreender que a conjuntura é extremamente adversa do ponto de vista da política internacional. “Há uma crise internacional que está derretendo um bloco como a Europa, onde foram embora 11 governos.”

Para o governador pernambucano, o ambiente econômico impõe responsabilidade. “É preciso cuidar do Brasil. O diálogo é um ingrediente fundamental para ganharmos em 2013 a capacidade de fazer uma grande diálogo nacional em torno dos mais elevados interesses da nação. Quais são? Garantir o que conseguimos construir nos últimos 20 anos nesse país, o aprofundamento da democracia e o funcionamento de suas instituições, a estabilidade da economia e os fundamentos macroeconômicos. Garantir a inclusão dos mais pobres à condição de cidadania. Isso foi construção de gerações, foi papel da imprensa, papel do povo organizado, papel de intelectuais e de políticos que construíram esse legado da redemocratização”, discursou.

Ensaboado (ele próprio um nome colocado na disputa de 2014), o socialista disse que não é hora de fulanizar o debate. “Tem-se de tomar muito cuidado com o que é a disputa política que nega a realidade e os interesses do povo. Não vou entrar nessa discussão. Vou ajudar a presidenta Dilma e vou dialogar com gente do governo e da oposição para que em 2013 a gente tenha um pacto. Deixa a eleição pra 2014, vamos cuidar do país, vamos retomar o crescimento econômico, vamos discutir o pacto federativo, vamos fazer o dever de casa porque não vai fazer bem jogar o Brasil numa luta insana numa conjuntura como essa. Em outros momentos brasileiros se construiu consenso sobre isso e o Brasil andou.”

Sobre a antecipação do debate eleitoral, o governador de Pernambuco assume o tom de indignação: “Acabamos uma eleição ontem e agora vamos montar quatro , cinco palanques hipotéticos e começar uma briga hipotética sobre assuntos nada relevantes e vamos deixar a 5ª nação do mundo submetida a essa lógica? Não tem nenhuma nação do tamanho do Brasil que esteja nesse momento precarizando o debate como tem muita liderança fazendo. Eu não vou fazer isso. Eu não vou.”

Pesquisa

Em pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada neste domingo, Eduardo aparece nos últimos lugares a depender do cenário. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lideram com folga as intenções de voto presidencial. O levantamento foi feito na última quinta-feira, 13, junto a 2.588 pessoas em 160 cidades.

Tanto nas pesquisas estimuladas como na espontânea (na qual nenhum nome é sugerido ao entrevistado), os dois nomes do Partido dos Trabalhadores levam grande vantagem sobre a oposição. Nas estimuladas, Dilma consegue entre 53% e 57% dos votos, enquanto que Lula, no único cenário em que aparece, atinge os 56%.

Em todos os casos, a oposicionista mais bem colocada é Marina Silva (13-18%). Joaquim Barbosa, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) flutuam entre últimos lugares entre (4-14%). Na espontânea, o PT lidera (Dilma com 26% e Lula com 12%), enquanto que a oposição obtém números modestos: Aécio, 3%; José Serra (PSDB), 2%; Marina, 1%; PT (voto na legenda), 1%; e Geraldo Alckmin (PSDB), 1%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos.

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