Dois atos de intolerância religiosa contra terreiros de candomblé na cidade de Juazeiro em menos de um mês estão sendo investigados pela Polícia Civil. Os ataques foram denunciados por entidades e órgãos locais.
Segundo informações do jornal A Tarde, o primeiro local da cidade do Norte baiano foi Oyá Gnan, liderado por mãe Adelaide. Situado no bairro do Quide, o terreiro é alvo de apedrejamentos constantes desde 2015, denunciam entidades.
Os ataques acarretaram em perda do telhado e vários objetos no interior do terreiro, além de colocar em risco a segurança de seus habitantes.
Já o segundo aconteceu no mês de junho. Em fase de implantação, o terreiro Abassá Caiangô Macuajô, no bairro Sol Nascente, também foi apedrejado e teve objetos sagrados destruídos. Em uma tábua de construção, os agressores deixaram aviso que da próxima vez vão “derrubar a casa”.
Em nota, a União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro) de Juazeiro repudiou as agressões, destacando que qualquer expressão de intolerância é uma prática bárbara que deve ser “extirpada da sociedade, se queremos civilização em sua forma mais plena”.
Ainda de acordo com a publicação, a cidade de 221.733 habitantes, segundo estimativa do IBGE em 2017, tem 80% da população formada por negros e pardos auto declarados.