A substituição de veículos de tração animal (carroças) por carros padronizados, a partir desta terça-feira, (1) no Mercado do Produtor de Juazeiro, tem levantado posições firmes entre os permissionários (donos de barracas e boxes); e produtores (que compram ou/e vendem seu produto no entreposto). Em enquete realizada na manhã desta terça-feira ficou constatado que todos os trabalhadores em questão possuem um posicionamento a favor da resolução que proibi a circulação de animais dentro do entreposto. “Acredito que é a melhor medida realizada até agora, animais e alimentos não combinam, pois o risco de contaminação através do contato de excrementos com as frutas e verduras é muito grande. Além disso, geralmente acontecem acidentes por causa das carroças. Semana passada meu carro foi atingido por uma carroça e tive que arcar com todo prejuízo”, desabafou o permissionário Nivaldo Ramos.
De acordo com a administração do entreposto, existe em média cerca de 1.200 permissionários que comercializam todos os dias no mercado, e mais de 200 veículos que transitam nos dias de feira na compra e venda de mercadorias. Para esses comerciantes, a retirada das carroças é necessária, porque além de garantir a sanidade alimentar, prejudicada em decorrência das fezes e urina dos animais, existe também a preocupação com o trânsito interno, lesado pelo grande fluxo de carroças no entreposto.
“Essa atitude já deveria ter sido tomada há muito tempo, é um absurdo temos que suportar o mau cheiro todos os dias, estou muito feliz que esse problema será solucionado”, afirmou o comerciante José Briande. Já o caminhoneiro José Luiz da Silva, diz que a medida facilitará o seu trabalho. “Tenho certeza que com a retirada das carroças teremos um trânsito mais organizado, pois elas são as maiores causadoras de engarrafamentos e acidentes dentro do mercado”, afirmou.
A decisão também é compartilhada por alguns carroceiros, a exemplo do senhor Francisco Lopes da Silva que é favorável a retirada dos animais. “Qualquer pessoa consciente sabe que não é certo existir animais em lugares que são comercializados alimentos, é preciso zelar pela limpeza e saúde pública”, disse. O condutor de carrinho, Everaldo dos Santos Lima, concorda com a resolução e afirma que trabalhar com o veiculo é fácil e satisfatório. “Há cinco meses faço frete com o carrinho, e não vejo nenhuma dificuldade na realização desse serviço. Todas as Ceasas do Brasil utilizam o veículo e acho um absurdo o Mercado do Produtor de Juazeiro ser o único ainda a permitir a circulação de animais. Já estava na hora disso mudar”, frisou.
A agricultora, Cícera Cleia Alves, relatou que teve um grande prejuízo quando seu carro foi atingido por uma carroça. E o comerciante Geraldo Macário da Costa falou dos transtornos causados pelos excrementos dos animais. “Muitas vezes quando vou fazer um lanche, um animal encosta e defeca muito próximo, fico enojado. Fora a urina que escorrem para as barracas contaminando os alimentos, é um grande prejuízo”, destacou.
Já existem mais de 400 condutores de carrinhos trabalhando no entreposto. Valorizar e qualificar o trabalho desses servidores é um dos principais objetivos da atual administração, respeitando e oferecendo melhores condições de deslocamento dos produtos.
Lene Radina – Assessoria de Imprensa/SEADRUMA