Dia de Campo mostra resultados de 10 anos de avaliação do Banco de Germoplasma de videira

 

A Embrapa realiza em 5 de dezembro (quarta-feira), das 8h às 12h, no Campo Experimental de Mandacaru, em Juazeiro (BA), dia de campo sobre “Banco de Germoplasma (BAG) de Videira no Semiárido: uso e valoração dos recursos genéticos”. A pesquisadora Patrícia Coelho de Souza Leão, sua coordenadora, irá apresentar a rica diversidade de exemplares da fruta conservada na instituição, inclusive alguns que, pelo potencial produtivo, já são testados em áreas comerciais do Vale do São Francisco.

O BAG é formado por 257 genótipos procedentes de várias regiões do mundo. Nos últimos 10 anos, 80% deles foram submetidos a 16 ciclos de produção e de avaliações agronômicas e genéticas. A caracterização genética do germoplasma foi realizada pela pesquisadora durante curso de doutorado na Universidade de Viçosa e com análises no Laboratório de genética e melhoramento da videira, da Universidade da Califórnia , em Davis (EUA). 
Único – Dos materiais avaliados, Patrícia reuniu informações acerca da fenologia (poda, início de brotação, plena floração, início de frutificação, início de maturação, final de maturação, colheita), produção, cacho (comprimento, largura, massa e compacidade), baga (comprimento,
diâmetro, massa, forma, cor, polpa e sabor), além dos atributos de qualidade, a exemplo dos percentuais de sólidos solúveis totais, brix, acidez total titulável e cor de casca. Foram ainda caracterizados o perfil genético de cada acesso do Banco de Germoplasma. Esses são dados muito úteis porque permitem a pesquisadores de qualquer parte consultar os perfis e identificar as semelhanças genéticas entre plantas. Organizados assim, “temos uma base de dados robusta para identificar cultivares de videiras”.
Na programação técnica do evento ainda está marcada uma palestra do estudante de doutorado, Patrício Ferreira Batista, acerca da avaliação de cultivares do BAG para identificação de compostos químicos com propriedades funcionais e atividade antioxidante na polpa e na casca das uvas que possuem aptidão para consumo fresco ou para elaboração de vinhos e de sucos. Este trabalho é feito sob orientação da pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho Lima, no Laboratório de Fisiologia Pós-colheita da Embrapa Semiárido.
Os materiais desse banco de germoplasma pertencem às espécies cultivadas Vitis vinifera e Vitis labrusca, híbridos interespecíficos e ainda espécies silvestres americanas. Deste conjunto, a maioria é de uva destinada ao consumo in natura. Contudo, há cultivares apropriadas à elaboração de vinhos, de sucos e outras com potencial para produção de uva passa e porta-enxertos.
Patrícia explica que este banco da Embrapa, localizado no município de Juazeiro (BA), é o único do Brasil e um dos poucos em todo o mundo a preservar a diversidade genética das videiras em condições tropicais semiáridas. Para ela, o material conservado tem valor estratégico para a vitivinicultura brasileira, em especial a que está instalada na região Nordeste. 
“Podemos avaliar a adaptação, a produção comercial, além de dispor de uma rica diversidade de materiais como base para uso em programas de melhoramento genético da videira”.
Internet – Outra novidade que Patrícia Leão vai anunciar durante o dia de campo é a constituição de um Banco de Dados que pode ser acessado livremente na página eletrônica da Embrapa Semiárido. Nele, estarão publicadas as informações produzidas pela Embrapa Semiárido acerca de cada um dos materiais armazenados no Banco Ativo de Germoplasma.
A inscrição para o dia de campo é gratuita mas precisa ser feita até o dia 4 de dezembro (terça -feira) com Léa Rodrigues ou Gilberto Pires, no Escritório da Embrapa Semiárido, localizado no Centro de Convenções Nilo Coelho, em Petrolina (tel. 87 3861 4442).


 

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