SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS COLOCAM SENTO-SÉ NO MAPA DO TURISMO DO BRASIL

*Mário Bittencourt

Na Bahia, os municípios que evoluíram estavam nas categorias E, D e C. Adustina, Aratuípe, Gentio do Ouro, Pindobaçu, Planaltino e Sento Sé mudaram de E para D.

No Extremo Norte da Bahia, a cidade de Sento Sé, cuja economia é baseada na criação de caprinos e ovinos e na lavoura irrigada ao longo do Vale do São Francisco, surge com um tipo de turismo raro na Bahia: o arqueológico. Segundo pesquisadores, estima-se que haja cerca de 3.000 sítios, muitos dos quais já vêm sendo usados por guias como roteiros de visitas de turistas nacionais e estrangeiros. “Meu filho mesmo, é um desses guias. Todo final de semana, ele leva umas 20 pessoas para os sítios”, disse o pesquisador Celito Kestering.

“Acho isso meio desastroso porque turista não é orientado. Já teve caso de que um resolveu pintar também a rocha onde tem as pinturas rupestres”. Doutor em Arqueologia na área de pinturas rupestres, Kestering pesquisa os sítios arqueológicos desde 1993. “Já encontrei peças que remontam a habitação humana  há mais de 16 mil anos no Vale do São Francisco”. Ele diz não ser contra o turismo, mas acha que tem de ser controlado e os guias capacitados. “Além disso, é preciso investimento público”.

A Secretaria Municipal de Turismo de Sento Sé informou que a ideia é buscar recursos com governos para poder criar meios de organizar as visitas aos sítios. “Temos um potencial grande para isto e queremos aproveitar, mas com cuidado”, comentou a chefe do Departamento de Turismo, Mariluze Amaral. A ideia é promover o ecoturismo em trilhas, além de escaladas, trecking, banhos de cachoeira e em águas termais.

A ideia é proporcionar aventuras com o ecoturismo em trilhas pré-históricas/históricas dos circuitos arqueológicos da tradição São Francisco e Nordeste, com passagens de Kadiueu, estrada da velha Joana e os caminhos percorridos por Romão Gramacho, Lampião e a Coluna de Carlos Prestes. Escaladas, trecking, banhos de cachoeira e águas geladas nos tanques/cânions, grotas e serras e águas quentes nas termais em Limoeiro Brejo da Brásida também são atrativos.

As belezas naturais do bioma Caatinga também estão na mira do turismo da cidade, conta Mariluze: “Recentemente, foram catalogadas 97 novas espécies do Bioma Caatinga e temos recebido a visita de pessoas de fora que vêm para pesquisar. Estamos num estágio inicial, mas é algo que podemos planejar e buscar recursos para fazer com que vire uma grande atração turística para a cidade. Potencial não falta”