Cooperativa de pescadores e marisqueiras de Baiacu já conta com DAP jurídica

Com 82 associados, dos quais 60 já possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), a Cooperativa de Pescadores e Marisqueiras de Vera Cruz – Cooperativa Repescar, com sede em Baiacu, município de Vera Cruz, recebeu, no início deste mês, a sua DAP Jurídica, que permite o acesso às políticas públicas governamentais.

Segundo o chefe do Escritório Local da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada a Secretaria de Agricultura (Seagri), de Nazaré, Manoel Brito, responsável pela disponibilização da DAP para a cooperativa, este documento é essencial para o acesso de agricultores e organizações às políticas públicas, tais como os programas de Aquisição de Alimentos (PAA), e Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), dos governos Federal e Estadual. “A DAP jurídica é o primeiro passo para a cooperativa disponibilizar seus produtos ao PAA e ao Pnae, e também para ter acesso a créditos, junto aos agentes financeiros”, informou Brito.

A presidente da cooperativa, Helineuza Barbosa dos Santos, disse que a Repescar vive um momento especial com a possibilidade de fornecer seus produtos para o PAA e Pnae. “Nossa produção é de qualidade e queremos alcançar outros mercados. A DAP é o início de um novo período para a cooperativa”, assegurou Helineuza Santos.

A Cooperativa Repescar, que funciona há um ano, trabalha com a produção e beneficiamento de pescados, como: catado de siri, de aratu, chumbinho, ostra e sururu, e com peixes em forma eviscerada, inteiros, filés, postas e polpa de peixe. “A polpa é muito procurada para o fabrico de bolinhos, quibes, empadas, empanadas e outras formas de alimento; por isso é importante a sua disponibilização para os programas de governo”, garantiu a presidente.

Em parceria com a Petrobrás e a ONG Pangea – Centro de Estudos Socioambientais, a Repescar desenvolve o Projeto Viver do Mar, que vai atender a 225 famílias de pescadores da região, no beneficiamento de pescado. Para isso, três técnicos já foram disponibilizados, sendo um engenheiro de pesca, uma gestora de cooperativa e um gerente comercial, que, ao lado da diretoria da instituição e da EBDA, buscam o Selo da Agricultura Familiar que possibilitará o aceso ao mercado consumidor.

“O selo possibilita a isenção de alguns impostos como o ICMS, a certificação dos produtos comercializados, abre o mercado, evita o atravessador, que é um gargalo na comercialização do pescado, e permite um produto diferenciado ao consumidor”, garantiu Micheli Fontes Fialho, gestora da cooperativa.

Em Baiacu – uma comunidade exclusivamente pesqueira -, a EBDA também assiste a colônia de pescadores local e a Associação de Pescadores e Marisqueiras de Baiacu, com a emissão de DAPs. “Fizemos, recentemente, em Baiacu, um mutirão para a emissão deste documento, quando foram cadastrados 60 pescadores e marisqueiras”, afirmou Manoel Brito, da EBDA.

Produção

Segundo o engenheiro de pesca da cooperativa, Ib MendesTorres, a capacidade de processamento da unidade de beneficiamento é de uma tonelada/dia, de pescado, mas que ainda não está trabalhando na sua capacidade máxima. “Em julho deste ano, a cooperativa chegou a beneficiar mais de duas toneladas de pescado, para atender a uma demanda”, contou Ib Torres.

A Repescar, em sua atividade, absorve toda a mão de obra da própria comunidade, e os funcionários são capacitados através do Projeto Viver do Mar. A subsecretária de Desenvolvimento Social, Agrícola e de Pesca, de Vera Cruz, Fernanda Paixão Campos, se referiu ao trabalho da cooperativa como um exemplo a ser seguido pelas demais comunidades da ilha de Itaparica: “com o acesso às políticas públicas, através da DAP fornecida pela EBDA, teremos mercado garantido, dentre outros benefícios, e isso tudo nos deixa em uma situação mais propícia para competir no mercado, principalmente com o selo da Agricultura Familiar”, comentou a subsecretária.


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