A vida dos moradores de rua – Parte I

 

 O blogQSP a partir de hoje irá apresentar uma série de reportagens sobre os moradores de rua de Juazeiro. a primeira parte mostra os motivos e  como essas pessoas chegaram até a cidade. 

 

Chegando e ficando em Juazeiro

 

 

Vindos de diferentes locais e cada um com o seu motivo, dezenas de pessoas fazem das ruas e praças de Juazeiro o seu lar. Uns abandonam a velha vida em função de brigas com a família, outros se aventuram pelo mundo em busca de novas oportunidades. Com diversas histórias eles vêm chegando, chegando e ficando. Sem a segurança de um lar esses moradores de rua estão mais perto das drogas, do alcoolismo e toda má sorte que esses vícios desencadeiam.

 

A Praça Barão do Rio Branco, rodeada pelo Banco do Brasil, Colégio Edson Ribeiro e a antiga prefeitura é o atual endereço do mineiro Júnior Pereira, 18 anos, e outras  pessoas. Junior conta que está em Juazeiro a pouco mais de uma semana e que o seu objetivo não é ficar na cidade e sim chegar a Natal, capital do Rio Grande do Norte, para encontrar a avó. Sobre o relacionamento com os demais moradores de rua ele disse que ainda está conhecendo os novos colegas. “Eu ainda estou conhecendo a turma, mas já vi que não é uma turma muito boa pra andar se envolvendo. Rola muita briga”, contou.

 

Como veio parar em Juazeiro? O jovem explica que chegou pegando carona com caminhoneiros. Esse é o principal meio de transporte para pessoas.  Ao contrário de Júnior, muitos moradores de rua embarcam nesses veículos sem se quer ter uma idéia de onde vão parar.

 

É o caso da goiana Meuri Pereira, 46 anos, e há nove morando nas ruas juazeirense. Ela conta que saiu de casa por causa de brigas com o marido. “Eu achei que quanto mais longe eu ficasse dele melhor”, lembra. Perguntada se gostaria de deixar a cidade e voltar para sua terra natal, ela é responde rápido. “Eu não me acostumo lá não. Gosto de Juazeiro !” 

 

Sobre os albergues oferecidos pela prefeitura, Meuri diz que não vale apena. “Os albergues aceita só 15 dias, mas é só pra dormir e tem que voltar pra rua. É melhor ficar logo na rua mesmo” justifica.

 

Texto: Emerson Rocha (estagiário)

Fotos: Farnésio Silva

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