POEMANDO

NÃO TEM ESTIO, DESVIO, REPRESA

Verdes águas
Turvas mágoas
Do pranto dos céus
Do cio da terra
Para onde vais
Para o Sol nascente
Que trazes
Do Sol poente
Na tua infinda viagem
Eu também
Estou de passagem
Por aqui
E tudo agora
Em tuas margens
Chora e ri
O São Francisco
Vai subir
Levar na sua correnteza
Casas, matas, lixo
Bicho e gente
Ninguém pode
Com a sua correnteza
O São Francisco
Não vai sumir
Num raso
Rasgo de tristeza
Não tem estio
Não tem desvio
Não tem represa!

 

Mauricio Dias Cordeiro

 

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