Durante entrevista à Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (4), o ex-presidente Lula criticou o atual momento da economia do País e defendeu a inocência da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que terá sua chapa com Michel Temer (PMDB) julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O petista apontou soluções para tirar o Brasil da crise e afirmou que o melhor para o País é uma eleição democrática e direta.
Lula admitiu que não tem nenhum ponto de vista formado sobre a cassação da chapa Dilma-Temer por não ter autos dos processos, mas acredita na inocência da petista. “Estou convencido da inocência da Dilma. Até porque a Justiça eleitoral já provou as contas da Dilma e do Temer. Por tanto, eu acho que o PSDB tentou fazer um carnaval logo depois das eleições, mas não tem procedimento”, afirmou. “Vamos esperar porque não dar para dar palpite antes do julgamento”, complementou.
Após a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no jornal Folha de S. Paulo, na qual afirmou que uma nova eleição indireta traria uma “confusão” ainda maior para o País, Lula disse que concordava de antecipar uma nova eleição.
O petista aproveitou a entrevista para tecer críticas ao governo de Michel Temer (PMDB), e disse estar preocupado com a situação em que o Brasil vive. “Umas das coisas que está causando problema ao Brasil é que as pessoas que deram o golpe no Brasil não sabem o que fazer com o País. As pessoas prometeram que o problema era a Dilma, era o PT, depois derrubaram Dilma, tentaram destruir o PT e um ano depois o Brasil está pior”, disse.
Para Lula, a economia sofre com a falta de credibilidade e a rejeição dos brasileiros ao governo de Michel Temer. “Se você tem um governo que não goza de credibilidade junto ao povo, junto às instituições, junto aos empresários e à mídia internacional, nada que esse presidente, essa autoridade decida tem qualquer valor porque as pessoas não respeita. Precisamos que tenhamos um presidente eleito democraticamente para que o Brasil volte a crescer”, afirmou. “Eu penso que se fosse convocada uma eleição direta o mais rápido possível, seria tanto quanto melhor para o Brasil”, complementou concordando com FHC.
Lula foi questionado sobre os embates que o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), tem causado. Ele disse que tem outras preocupações e não deixou de alfinetar. “Acho até desagradável em uma entrevista em Pernambuco falar de uma pessoa que não é se quer conhecida no Brasil e sequer faz seu dever na cidade de São Paulo. Ele que faz campanha com o partido dele, com o PSDB. Eu tenho outras preocupações. Acho que o Brasil precisa voltar a crescer e gerar emprego. O povo brasileiro está sofrido”, disse.
O ex-presidente Lula afirmou que é contra a reforma da Previdência e disse que a terceirização vai gerar uma Previdência “deficitária”. “Eu sou contra a reforma da Previdência de tal como está sendo feita. Quando você gera emprego, quando você aumenta salário, quando você aumenta o salário mínimo e você formaliza a economia, a política de previdência é superavitária. Na medida em que cai a renda salarial, cai o salário mínimo, e você entra na ‘informalização’, como acabaram de aprovar a terceirização, vai gerar uma previdência deficitária”, pontuou.
Lula disse que a economia só vai retomar o crescimento quando a União voltar a colocar o pobre no orçamento. “Esse País só tem um jeito neste instante: não há milagre, na economia não há mágica. Eu tenho dito que se a gente quer recuperar a economia brasileira, é preciso colocar o pobre no orçamento da União”, disse. “Eu já provei uma vez que o pobre não é problema, o pobre é a solução da economia brasileira”, concluiu
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