O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, morto em um acidente de avião em janeiro passado, usou uma metáfora para dar a dimensão do volume de informações que se acumula com a sucessão de fases da Operação Lava Jato, iniciada em 2014. “A gente puxa uma pena e vem uma galinha”, comparou o ministro.
Na Receita Federal, 80 auditores que trabalham na Lava Jato faziam essa análise de maneira manual até que, em 2015, os próprios funcionários criaram o Sislava, um banco de dados para pesquisa que reúne informações de toda a operação. “O sistema agrupa dados bancários, depoimentos de réus, resultados de buscas e apreensões, informações de inteligência, faz cruzamento dos relacionamento dos envolvidos. Junta praticamente tudo que a Lava Jato acumulou de provas até hoje”, diz Cecília Cícera de Palma, auditora que faz parte da Lava Jato.
Graças às informações do Sislava, a Receita Federal abriu processos contra mais de 800 empresas envolvidas na Lava Jato, que entre multas e valores sonegados devem ao Fisco mais de R$ 10 bilhões. Por causa das últimas fases da Lava Jato a previsão é de que esse número salte para R$ 15 bilhões, segundo os auditores.