O GOLPE E A NECESSIDADE DE UMA CONSTITUINTE SOBERANA SOBRE O SISTEMA POLÍTICO

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A disputa pela hegemonia geopolítica se apresenta como plano de fundo aos ataques conservadores, colocando a reorganização e recomposição das taxas de lucro do capital, apontando uma crise estrutural do capitalismo. Estourada em 2008, estando na ordem do dia o processo inacabado das privatizações da década de 90, se reconfiguram e retornam com forte ofensiva nos países de capitalismo periférico e com ataques aos recursos energéticos e os direitos conquistados da classe trabalhadora, como o caso dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Esses, se constituem enquanto uma barreira para o projeto de supremacia estadunidense, implementado a partir da queda do muro de Berlim em 1989, e que nos anos 2000 vai perdendo força com governos progressistas em toda a América Latina, como o exemplo de Lula no Brasil, Chávez na Venezuela.

Com os 13 anos de governo do PT, dentro do que se configurou para nós a Frente Neodesenvolvimentista, tivemos inegáveis avanços para classe trabalhadora, mas diversas contradições também. Em um governo de conciliação de interesses sabíamos que esses interesses antagônicos ficariam inconciliáveis num período de crise econômica, e era previsível esse esgotamento. Entretanto, nesse cenário e com o aprofundamento da crise econômica, política, social, coloca para nós os limites do sistema político brasileiro, e a não representatividade do mesmo para os (as) brasileiros (as). No último período, a meta síntese do Fora Temer representou uma bandeira importante na unificação da luta em defesa da democracia, sendo uma palavra de ordem norteadora da agitação e propaganda, aglutinando diversos setores da sociedade brasileira, até mesmo uma parcela da classe média e de setores da esquerda, que estavam vacilantes, no primeiro momento do golpe. Apresentando os limites e contradições do sistema politico brasileiro, o golpe se estrutura por dentro da ordem, afirmando o que a história já nos confirmou na América Latina, a luta eleitoral esbarra no sistema politico, se não for calçada de um projeto que aponte reformas estruturantes, garantindo condições objetivas para classe trabalhadora e altere a correlação de força para a construção de uma nova sociedade.

Além disso, o Golpe, que é patriarcal e racista, planejado pelo imperialismo estadunidense, mostra que nosso pacto democrático de 1988 foi rasgado através de um Golpe Institucional sendo fundamental refletirmos sobre a mudança das regras do jogo através de uma Constituinte sobre o sistema político, que seja soberana, construída pelo Povo e para o Povo. Para os que achavam que a Constituinte poderia ser um retrocesso de direitos sociais já conquistados, é necessário pensarmos que a nossa recente Democracia foi atacada, sendo essencial a unidade da esquerda e dos setores populares por uma bandeira que repense os formatos do sistema político brasileiro e seja a nossa ofensiva na luta por direitos, como dizem por ai, a melhor defesa é o ataque!

A necessidade de refundar a esquerda para refundar o Brasil se coloca como tarefa revolucionária para todos nós. Para isso, precisamos conformar uma ampla unidade, novos valores e práticas que possam contribuir para a construção de um projeto de sociedade que aglutine diversos setores da classe trabalhadora e que aponte um horizonte de tomada do poder pelo povo. Um Projeto Popular Para o Brasil, para que o povo possa ditar as regras a partir da nossa realidade.

Essa tarefa exige de todos os setores da esquerda um esforço mais amplo do que o apresentado no último período, é hora de ganharmos as ruas e apontarmos o horizonte revolucionário, essa é uma tarefa construídas por muitas mentes e corações, e deve ser colocada na ordem do dia.

Luís Piritiba e Ellen Lima – Militantes da Consulta Popular

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