Ao derrotar, ontem, Maurício Rands na prévia do PT por uma diferença de 585 votos, o prefeito João da Costa mostrou que detém o controle do partido e da sua militância. Aos que o subestimaram e venderam a versão de que estava isolado e seria massacrado nas urnas, deu uma lição de que também sabe jogar no ataque recorrendo às armas mais potentes para destruir os inimigos.
A vitória poderia ser sido bem mais ampla não fosse a guerra das liminares. O verdadeiro exército de eleitores do prefeito – os servidores com cargos comissionados e integrantes do Orçamento Participativo – não teve o direito de exercer o voto.
Em uma das ações que Rands ganhou na justiça, pelo menos 12 mil petistas filiados na capital, em dia com a contribuição partidária – foram impedidos de comparecer às urnas. Rands, Humberto Costa e João Paulo, já antevendo a derrota desde a semana passada, recorreram aos tribunais e, por fim, ao tapetão, quando, com a ajuda do diretório nacional, conseguiram adiar a proclamação oficial do resultado.
Se em Brasília o comando nacional não oficializar a vitória de João Paulo estará sacramentando o tapetão, recurso que Rands tentou, primeiro, quando influenciou a votação de uma ação contra João no TCE, retirada de pauta. Depois, ao impedir a apuração do resultado da prévia e, consequentemente, a sua proclamação.
GOVERNADOR DERROTADO- Independente do que o PT nacional venha a decidir, o fato é que o prefeito João da Costa não derrotou apenas Maurício Rands. Sai igualmente derrotado o governador Eduardo Campos (PSB), que inventou a candidatura de Rands, seu ex-secretário de Governo. E, pela ordem, o deputado João Paulo, que se juntou a Rands para se vingar do ex-aliado; e o senador Humberto Costa, que traiu o prefeito, além de toda a cúpula da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB).