Indignado com PCdoB, Wagner orienta veto a Daniel Almeida para coordenador de bancada

Raul Monteiro

Irritadíssimo com o comportamento que seus amigos classificam como desleal do PCdoB, que lidera a greve dos professores estaduais e tem feito articulações com vistas à sucessão com adversários como o PMDB em vários municípios, o governador Jaques Wagner (PT) teria mandado mensagem à bancada federal baiana de que não aceita a escolha do deputado federal Daniel Almeida, presidente estadual dos comunistas, para líder do grupo.

Numa reação de vários deputados a uma nova indicação do PT para o posto, Almeida chegou a ser considerado favorito para suceder o colega petista Nelson Pelegrino, que vai deixar proximamente o posto de coordenador da bancada quando se licenciar do mandato para concorrer à Prefeitura de Salvador. O posicionamento adotado pelo governador com relação à sucessão na bancada teria, entretanto, revertido completamente o favoritismo do deputado comunista.

De olho na brecha aberta com a indignação manifesta de Wagner em relação a um representante do PCdoB, vários deputados, a exemplo de Josias Gomes (PT) e Luiz Argolo (PP), passaram a se animar com a hipótese de sucederem Nelson Pelegrino. “O quadro na bancada atualmente é de expectativa, mas tudo indica que Daniel Almeida pode desistir da disputa ou enfrentá-la contra a vontade do governador”, diz ao Política Livre um deputado baiano.

O PMDB também tem estimulado a concorrência, pedindo informalmente votos para Almeida, na expectativa de agregar eventuais insatisfações contra o governador na bancada. “Wagner pode estar realmente descontente com Almeida, mas este é o momento de a bancada fazer valer seu posicionamento, abrindo espaço para um tipo de relacionamento mais altivo com o governo baiano”, diz outro governista doido para trair na eleição para coordenador.

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