“EXPORTAÇÃO” DA CRISE EXPÕE BRASIL DIVIDIDO

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A crise política brasileira mudou sua sede, nos últimos dias, para Nova York. A visita da presidente à ONU, a ofensiva da oposição com entrevistas com meios de comunicação estrangeiros, além do feriado no Brasil, fez a cidade americana ter seus momentos de Brasília. Alvo principal da investida dos dois lados, a imprensa internacional destaca que, neste momento, conquistar a simpatia da opinião pública global pode pouco auxiliar qualquer uma das duas frente de batalha.

Dilma Rousseff passou 29 horas em Nova York entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sábado, quando partiu para o Brasil. Exceto seu discurso na ONU e a assinatura do acordo climático — motivo de sua viagem — a presidente praticamente usou todo seu tempo em solo americano para falar com jornalistas, de veículos estrangeiros ou brasileiros. A mandatária brasileira não teve nenhuma reunião bilateral com representantes de outros países na sede das Nações Unidas – pelo contrário, trocou o almoço oferecido aos mandatários internacionais na entidade a uma visita ao MoMa.

A batalha do impeachment pelas páginas dos jornais estrangeiros vive a terceira leva, em duas semanas: passou de uma onda positiva para Dilma, quando os veículos destacaram que a maior parte dos defensores de sua saída do governo possuem graves acusações de corrupção e auxiliaram no discurso de vitimização da presidente. Depois, viveu o contra-ataque do vice presidente Michel Temer, que defendeu em entrevistas seu governo de “salvação nacional” e a legalidade da queda de Dilma e culminou agora com a mostra da polarização do país. Se Dilma priorizou os jornalistas, a oposição enviou uma “força-tarefa” com deputados para servir de contraponto ao discurso oficial.

O Globo – Henrique Gomes Batista

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