Estado assina convênio com produtores para implantar cultivo de palma adensada
Projeto “Palmas para o Sertão” foi assinado durante a Expovale Juazeiro
Buscando soluções sustentáveis para a convivência com o semiárido, a Secretaria Estadual da Agricultura/Suaf/SDA/EBDA/Adab assinou na noite desta quinta-feira (26) convênio com a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco (ACCOSSF) para a implantação de campos de cultivo de uma variedade de palma resistente à Cochonilha-do-Carmim, nos municípios da região de Juazeiro. O convênio foi assinado durante a abertura da VI Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco (Expovale), marcando também o encerramento da 27ª edição do programa Seagri Itinerante, iniciado no dia 24, no município de Campo Alegre de Lourdes, passando por Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Casa Nova e Sobradinho. A Expovale prossegue até o dia 29, na Univasf Juazeiro.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, um projeto piloto, intitulado “Palmas para o Sertão” será implantado envolvendo 20 produtores de cada um dos oito municípios do Território de Identidade do Sertão do São Francisco. Eles receberão mudas para cultivar em meia tarefa de terra, área em que é possível alcançar a produção de 400 a 600 toneladas/ano, e alimentar 50 cabeças de ovinos e caprinos durante seis meses.
Inicialmente a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco (ACCOSSF) destinou quatro hectares onde mudas de palma serão multiplicadas e distribuídas para os produtores selecionados para o projeto piloto. Numa segunda etapa, estes produtores distribuirão mudas para seus vizinhos, proporcionando a ampliação do cultivo da palma em progressão geométrica.
“Nossa expectativa é que todo ovinocaprinocultor tenha em sua propriedade, pelo menos uma pequena área de palma como reserva alimentar para seu rebanho. Essa é sem dúvida uma das formas de convivência com a seca”, disse Salles, acrescentando que “não podemos ficar apenas em ações emergenciais a cada ano. Nossa intenção é encontrar medidas estruturantes, que dêem sustentabilidade ao semiárido”. A ovinocaprinocultura é uma das sete cadeias produtivas prioritárias incluídas no programa Vida Melhor, lançado no ano passado pelo governador Jaques Wagner.
Para o presidente da ACCOSSF, Juvêncio Lustosa, o projeto de palma adensada será de grande importância no sentido de viabilizar a convivência com o semiárido. “Essa é uma espécie mais resistente à cochonilha-do-carmim que, além da ótima produtividade, se apresenta como excelente opção para a alimentação animal” esclarece Lustosa.
O secretário lembrou que, visando resultados mais imediatos para assegurar a alimentação animal no período de estiagem, encaminhou ofício solicitando à Agrovale, usina produtora de açúcar sediada na região, que amplie a produção de bagaço de cana hidrolisado, para atender à demanda dos produtores de ovinos e caprinos. O bagaço da cana pode ser associado ao milho e à palma para complementar a alimentação animal.
A edição de 2012 da Expovale traz 1.200 animais das raças Anglo Nubiana, Dorper e Santa Inês, e ainda sedia a 12ª Exposição Nacional Boer. A Bahia possui o maior rebanho de caprinos e o segundo maior de ovinos do Brasil, sendo a região de Juazeiro a maior produtora da Bahia. A Expovale traz ainda como novidade a Exposição do Cavalo Nordestino, além de cursos e palestras sobre criação, manejo, sanidade em animais, abate, corte e preparação de pratos. A expectativa dos organizadores é de atrair de 60 mil visitantes.
Outra grande novidade anunciada durante a abertura do evento foi a transferência da sede da associação nacional da raça Boer para a Bahia. “Essa é mesmo uma oportunidade única. Um evento desse porte, sendo realizado num momento tão delicado por causa da estiagem, confirma que o nordestino é um povo forte e capaz de se superar, sempre” elogiou Salles.
Sobradinho
Na tarde desta quinta-feira (26) o secretário e todo seu gabinete reuniu-se com centenas de produtores rurais do município de Sobradinho, debatendo com eles as demandas das cadeias produtivas da ovinocaprinocultura, apicultura, cebolicultura e fruticultura, e ainda reivindicações da agricultura irrigada.
O presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, enfatizou, no entanto, que as maiores demandas do município foram àquelas ligadas à aquicultura e pesca. Albagli citou que diversas ações já foram concretizadas nesse sentido, como a reforma da colônia de pescadores e o fornecimento de barcos a vapor e, devido à importância dessa atividade para a localidade, se comprometeu com uma serie de outras ações. Forma tomadas decisões importantes para o município, no sentido de estruturar as cadeias produtivas da região.
Com informações da Ascom/SEAGRI