Comércio de subprodutos da mandioca melhora renda de agricultores familiares

Comércio de subprodutos da mandioca melhora renda de agricultores familiares

Dia 22 de abril: dia nacional da mandioca

O agricultor familiar Amilton João dos Santos viu a qualidade de vida de sua família melhorar graças ao comércio, no município de Ilhéus, de um subproduto da mandioca: o beiju de tapioca recheado. De domingo a domingo, o “homem do beiju”, como já é conhecido entre os fregueses, monta a sua barraquinha em uma das principais avenidas da Terra de Jorge Amado, a Soares Lopes. Amilton conta que com a ajuda da filha Geiseane Ferreira, de 21 anos, ele chega a vender mais de 600 beijus por dia.

Amilton diz ainda que só conseguiu enxergar as potencialidades dessa cultura agrícola após ingressar, há sete anos, no Projeto de Mandiocultura da Microrregião de Buerarema, desenvolvido com o apoio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), empresa vinculada a Secretaria da Agricultura.

“Eu apostei nessa cultura e graças a Deus está dando certo. Para chegar a esse nível, participei de muitas capacitações oferecidas pela EBDA e Sebrae”, comenta, acrescentando que boa parte da fécula (goma da mandioca), utilizada para confeccionar os beijus vem de sua propriedade rural, situada em Buerarema.

No próximo domingo, 22 de abril, Amilton e muitos outros produtores brasileiros que colaboram para que o país seja o terceiro maior produtor de mandioca do mundo, vão festejar o Dia Nacional da Mandioca. A data foi escolhida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no ano de 2007, em analogia ao dia e data do descobrimento do Brasil.

Para o técnico da gerência da EBDA, em Itabuna, e coordenador regional da cadeia da mandiocultura, Paulo Beline, a escolha dessa data reflete a importância dessa cultura para o desenvolvimento do país. “É uma das principais culturas da agricultura familiar brasileira, sendo que 87% da produção são originárias justamente do trabalho de agricultores familiares, com assistência técnica da EBDA”, ressalta Beline.

O agricultor familiar Adailton Oliveira também tem muito a comemorar neste domingo. É da mandioca que ele e mais nove agricultores da região do Ribeirão dos Facões, em Buerarema, retira a puba para confeccionar parte dos bolos vendidos para as escolas, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Fazemos mais de cinco mil bolos de puba por mês. O alto valor nutritivo da mandioca faz a procura por esse sabor de bolo ser maior”, conta Adailton.

O Conselho Regional Associativista de Buerarema e Adjacências (Crasba), organizado com apoio da EBDA e formado atualmente por mais de 20 associações, também vem diversificando a produção dos derivados da mandioca. No último mês de fevereiro, o Crasba inaugurou um ponto de comercialização dos produtos. “Esse era um anseio antigo da diretoria do Conselho e que este ano foi possível concretizar”, afirma o coordenador geral do Crasba, Marivaldo Andrade.

No local, é possível encontrar a famosa farinha de Buerarema, vendida a R$ 4, o quilo; biscoitos de goma com maracujá, coco e goiaba; tapioca; e fécula. “No mês de março, nós vendemos, somente no ponto, mais de 150 kg de farinha. Esse número aumentará ainda mais com a divulgação que pretendemos fazer, na região”, diz, confiante, Andrade.

A microrregião de Buerarema, de acordo com um levantamento realizado pela EBDA, tem, atualmente, cerca de 75 casas de farinha, sendo que duas delas, administradas pelo Crasba, são fruto de um projeto elaborado e acompanhado pelo técnico da EBDA, Paulo Carilo. Segundo ele, as casas foram construídas e equipadas com recursos do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), o qual contemplou os agricultores também com uma unidade de embalagem e armazenamento; um caminhão com capacidade de transporte de quatro toneladas; um automóvel; uma moto e equipamentos de escritório. “A atividade agrícola melhorou a vida dos agricultores envolvidos no projeto e deu maior visibilidade aos produtos beneficiados da mandioca”, relembra Carilo.

Ao longo destes anos, a EBDA vem orientando os agricultores no uso de tecnologias apropriadas nas operações que compõem o sistema de plantio da cultura da mandioca. Paulo Beline afirma que a produtividade média da mandioca, nesta microrregião, saltou de 12 toneladas para 21 toneladas/hectare, ao ano, devido à interferência técnica.

A EBDA está realizando um novo diagnóstico da mandiocultura na região, para colaborar ainda mais com o desenvolvimento socioeconômico dessas famílias assistidas. “A nossa preocupação atual é com a sanidade das unidades produtivas e a questão ambiental com a manipueira (água poluente oriunda da prensagem da raiz da mandioca) jogada a céu aberto. O propósito é conscientizar o agricultor a utilizar o lado bom do produto”, concluiu Beline.

 

Com informações da Ascom/SEAGRI


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