A audiência pública que ocorreu na manhã desta terça-feira (03), na Câmara Municipal de Juazeiro, na qual foi discutida a situação do abate, da comercialização de carnes, ovos, queijos, leites e seus derivados terminou no inicio da tarde com a decisão de criação de uma comissão formada por representantes dos setores envolvidos.
Participaram vereadores, representantes da Adab, Vigilância Sanitária municipal, do abatedouro público, produtores, comerciantes e sociedade. Durante as exposições, o proprietário do Abatal, José Antonio Cerqueira expôs como é feito o procedimento no abate da carne, desde a chegada do animal ao transporte adequado aos estabelecimentos comerciais.
O coordenador da Vigilância Sanitária, Éden Machado considerou necessária à discussão, mas ponderou que é preciso entender o papel dos órgãos fiscalizadores e que o abate clandestino é um problema de saúde pública. “Sabemos que precisamos encontrar uma solução para que o pequeno produtor não seja penalizado e que nem o comercio seja prejudicado, mas enquanto órgão fiscalizador precisamos vigiar para que o produto não chegue à população inadequado para o consumo”, discorreu Machado.
Para o secretário de Agricultura do município, Agnaldo Meira, a discussão é necessária, e o município esta disposto a dialogar, principalmente porque esse é um debate que envolve uma grande cadeia produtiva. “Precisamos valorizar a nossa caprinovinocultura e isso o município tem feito nas várias feiras realizadas no interior, mostrando o potencial de comercialização e de qualidade dos nossos animais. Isso tudo porque há um controle de qualidade”, observou Meira.
Outro ponto exposto pelo secretário foi com relação à utilização do Selo de Inspeção Municipal, o SIM. Agnaldo Meira disse que para funcionar é preciso adequá-lo a realidade do município, desde as questões técnicas a forma artesanal. “A pessoa que abate para o consumo próprio, de forma imediata, não trás o risco de um produto que não passou pelos processos de higienização. Então é preciso tratar a questão com responsabilidade porque estamos falando de saúde pública e para isso existem leis que precisam ser obedecidas”, disse Agnaldo, lembrando do trabalho que a gestão encabeçou no Mercado do Produtor para a retirada das carroças com tração animal. “Se não tivéssemos tirados os animais de dentro do Mercado, o nosso entreposto tinha sido fechado porque essa não é uma discussão de a ou b, mas é uma questão de sanidade e hoje todos que trabalham com carrinho são identificados e ganham seu dinheiro”, encerrou.