Artigo

 

Nem só de Pão vive o homem

Ianna Lima

Tragédias naturais, más notícias, aumento no preço da cesta básica, aluguel, água e luz, mudanças nos governos. Esse é o cotidiano do brasileiro, que mesmo com tantas lamentações, ainda arranja tempo para ser alegre, sorrir e se divertir como diz Almir Sater no sucesso Tocando em frente:  “Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais…”.

Em Juazeiro, a população terá que se contentar apenas com as catástrofes assistidas na televisão, aumento nas taxas de água e esgoto (leia-se SAAE) da cidade, trabalhadores da saúde em greve e, claro, atraso nos salários, digerir isso tudo que faz parte do cotidiano e ainda se contentar em ver as escolas de samba do Rio de Janeiro ou o carnaval de Salvador pela televisão.

O trabalhador que não tem dinheiro para viajar nesse período e curtir o carnaval nas capitais ficará em Juazeiro acompanhando a festa mais popular do Brasil pela televisão, ou poderá buscar programas alternativos, mas que nem sempre poderão agradar. O povo precisa de Pão (obras, ações)? Sim, mas, também é necessário o circo para tornar mais alegre seu dia-a-dia.

 

Decretar que a festa não vai ser realizada é algo drástico demais, principalmente, porque a infraestrutura para que a mesma aconteça é  uma obrigação da gestão pública, seja ela qual for. Os foliões que podem comprar participações em blocos e etc, esses poderão ir a qualquer lugar, mas e a população de baixa renda? Que vão fazer esses que pouco têm e agora não poderão esperar nem essa alegria efêmera?

 

Sim. Há o argumento de que gastar ‘rios de dinheiro’ numa festa é desperdício com o dinheiro público, concordo e parafraseando meu amigo e professor, o jornalista Dadau Barbosa, “Acho que é sensato a qualquer administrador rever planejamentos que não deram certo, reengenhar seus processos, otimizar, reduzir custos. É necessário. Mas acho que a gente vive da frieza das decisões e de emoção também, a gente vive de pão e de alegria também”.

 

Então, proporcionar um pouco de alegria ao povo não é um preço tão alto a se pagar, porque o sorriso é o alimento da alma, e celebrarmos um dia no ano  os pierrôs e as colombinas não fica caro se considerarmos que como o pão alimenta o corpo, a alegria alimenta o espírito, sendo esta um alimento vital.

 

Iana Lima

Juazeirense e jornalista

 

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