*Maurício Dias Cordeiro

No dia 17 de março de 1945, eu ainda não estava no mundo, cheguei dez anos depois, sagitariano do círculo do fogo, impávido, baiano da Juazeiro mágica, do tempo do areião e quando João Gilberto partia pela estrada para inventar a “bossa-nova“.
No dia 19 de janeiro de 1982, eu estava em Juazeiro, partindo de volta para São Paulo, quando um poderoso “raio de iansã” ofuscou a “vênus platinada” que anunciava com o seu tenebroso plantão a morte da “deusa brasileira da canção”: “Morreu Elis Regina”.
Hoje ela faria 70 anos, acabei conhecendo depois, pessoas que estiveram bem pertinho dela como Guilherme Arantes e Belchior e um amigo,jornalista do “estadão” Julio Maria, esta lançando uma nova biografia.
Fui embora de volta para São Paulo com o meu baú cheio de canções, vazio,porém, do sonho que eu mais sonhava: ver Elis cantar um música minha.
No dia que ela se foi
Um raio negro me atravessou
Morreu na vã
Tristíssima manhã
Um pouco do louco meu
Coração de compositor.
Fui por aquela longa estrada sozinho
Onde o tempo nunca mais se desenhou
Perguntando a Deus o sentindo
Do riso, da razão, do choro, da rima
Quão trágica sina
Nos lançou no limbo
E levou a voz de Elis Regina.
*Maurício Dias Cordeiro(Mauriçola)