PROFESSORA DO MUNICÍPIO ENVIA CARTA PARA O PREFEITO DE PETROLINA

Excelentíssimo Sr. Prefeito:
Dr. Júlio Lóssio

blogqspabaixo-assinado

Gostaria de saber o que vai ser do funcionário readaptado, pois como professora que adoeceu no exercício do trabalho, sinto-me um estorvo para a atual administração, desde que o senhor, em seu discurso e prática de bônus para quem está na sala de aula, que ao me ver causa um apartheid na categoria , menospreza o profissional da educação readaptado.

Ao meu ver, a educação não se dá apenas na sala de aula, ela é abrangente, afinal, a escola não é formada somente por professor e aluno, ela é um conjunto: gestor, secretário, auxiliares, coordenador, professor itinerante, técnica educacional, auxiliares da limpeza, funcionários da cozinha; cada um fazendo seu papel para que a instituição exista, cada função tendo sua importância e se faltar, é como um corpo sem um órgão vital, não funciona bem ou perece.

O seu discurso também deixa transparecer que a pessoa é feliz por ser portadora de uma doença ou que talvez ela tenha criado tal enfermidade para fugir do serviço.

Dentro de qualquer organização humana existem os bons e os maus profissionais, então, não é justo que por um, todos sejam julgados, se existe, eu desconheço, alguém capaz de conseguir atestado falso e driblar a junta médica, este tem que ganhar o Oscar em Hollywood,  pois representa perfeitamente, visto que os médicos da junta fazem uma verdadeira sabatina e são portanto exímios peritos.

É preciso ressaltar que a enfermidade impede de cumprir sua tarefa de ministrar aulas, porém, o servidor pode ser útil em outra, de cunho pedagógico ou administrativo, a que se encaixe no perfil da enfermidade, isto consiste na ação de “READAPTAR”, ou seja, tornar apto para outra tarefa.

ASSIM, NÃO SOMOS ENCOSTADOS, COMO PENSAM MUITOS, NÃO SOMOS PREGUIÇOSOS COMO PENSAM OUTROS, NÃO QUEREMOS RECEBER SEM TRABALHAR, ISTO É ILEGAL E IMORAL, mas na atual conjectura, estamos esquecidos e deixados de lado no processo da construção do Plano de Cargos e Carreira e de recebimento de gratificações.

Prefeito, o senhor já pensou em algum momento, em fazer um levantamento e traçar o perfil dos readaptados para ter conhecimento de que GASTAMOS COM A NOSSA SAÚDE? COMO: MEDICMENTOS, PLANO, UMA VEZ QUE SE FICARMOS SEM ELE, NÃO TEREMOS O  PROFISSIONAL QUE ATENDA AO PROBLEMA QUE NOS ACOMETE.
A exemplo de minha pessoa que não recebo remédio do Governo, minhas medicações não estão na lista da Farmácia ou eu possa receber pelo SUS,   tenho que comprar!!!!

Realizando esta pesquisa, é possível verificar estes itens e/ou os remédios que  tomamos, tipo de enfermidade e assim,  ajudar da seguinte forma: criar o bônus medicação! Já que não temos o bônus por não estarmos na sala de aula, podemos apresentar documentos comprobatórios como nota fiscal, apontando e provando os gastos mensais, já mencionados acima.
Lanço um exemplo hipotético para avaliarmos o quão injusto é a forma  como vossa excelência tem nos tratado, e que agrava mais ainda a sensação de que somos “um problema”, “uma mazela” a ser banida, varrida da administração. Vejamos: Prefeito: se o problema  que levou o senhor a realizar uma cirurgia no crânio, tivesse (QUE DEUS O LIVRE!!!) deixado sequelas como tremores nas mãos, o que o senhor faria? Continuaria realizando cirurgias, pediria aposentadoria sendo jovem ou procuraria uma readaptação para continuar sentindo que é útil para a sociedade e que poderia ainda contribuir, realizando consultas, administrando um hospital ou clínica, orientando novos médicos,  lecionando em uma Universidade?  Ainda nesta linha de raciocínio, seria correto dizer portanto que dentro da sua formação, o senhor seria hábil para desenvolver alguma tarefa, neste parâmetro, chegaremos à conclusão de que mesmo sem realizar cirurgia, o senhor continuaria exercendo a Medicina, correto? Pois bem, o senhor não poderia mais ser considerado médico, apenas porque foi adaptar-se à nova realidade que seu organismo exigiu?
Pensando por este prisma, o que diz o senhor quando um professor, não mais podendo ministrar aulas, porém é colocado em um serviço pedagógico que não seja a sala de aula, ele deixa de ser professor ? Ele deixa de exercer o Magistério?
Se pensa que o professor não deixou de ser professor, então por que tanta perseguição com quem está doente? Como mencionei anteriormente, se há um laudo de um médico que acompanha o servidor e depois ele obrigatoriamente passará por  três médicos preparados para periciar e validar o que o colega escreveu, só posso intuir, e me corrija se estou errada, de que o senhor não acredita na própria junta e nem no seu colega de profissão que atestou a doença do trabalhador
Deixo esta reflexão para que o senhor, o Doutor Júlio, não o gestor público,  aquele que diagnosticou seus pacientes com muita seriedade, responsabilidade e mais ainda COMPETÊNCIA PROFISSIONAL:
“NÃO DEIXE QUE A POLÍTICA MUDE O MÉDICO HUMANO, HUMANISTA , GENEROSO E QUE SEMPRE PRATICOU A SOLIDARIEDADE…COM A CABEÇA E O CORAÇÃO DE HOMEM DA SAÚDE, TENHA PIEDADE DE QUEM SOFRE COM AS MAZELAS E QUE QUER TRABALHAR SIM, SENDO ÚTIL, SENDO VALORIZADO, AFINAL ESTE PROFISSIONAL DURANTE ANOS, FOI RESPONSÁVEL E COMPETENTE EM SALA DE AULA E CONTINUARÁ SENDO NAS ATIVIDADES QUE FOREM POSSÍVEIS DE ACORDO COM AS SUAS POSSIBILIDADES COMO PESSOA HUMANA….”

Prof.ª Mariza Novaes

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *