Reservatórios apodrecem em terreno da Codevasf em Petrolina

Reservatórios de água destinados a famílias que sofrem com a seca em Pernambuco estão abandonados em um terreno da estatal Codesvaf, em Petrolina (PE), base eleitoral do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, informa reportagem de Breno Costa e Andreza Matais, publicada na Folha deste sábado.

A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) é vinculada ao Ministério da Integração. Os reservatórios, comprados dentro do programa Água para Todos, fazem parte das ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), vitrine dos governos Lula e Dilma Rousseff.

Reservatórios de água distribuídos pelo governo e que aguardam instalação em Petrolina (PE) A Codevasf negou que os reservatórios estejam abandonados. De acordo com a empresa, os tanques estão “estocados” num terreno em Petrolina porque a empresa contratada para instalá-los não o fez.

MINISTRO

Bezerra tem sido alvo nas últimas semanas por suspeitas de que teria beneficiado Pernambuco –Estado governado pelo seu partido e onde fica sua base política– com verbas para a prevenção de enchentes. Um dos programas do ministério teve 95,5% dos pedidos de verba sob a gestão Bezerra em favor de seu Estado.

Dados da ONG Contas Abertas, divulgados pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, mostram que 90% dos recursos pagos no ano foram canalizados para Pernambuco. A partir daí, as acusações não pararam mais. Segundo reportagem da Folha, o ministro privilegiou seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com o maior volume de liberação de emendas parlamentares de sua pasta em 2011.

Coelho foi o único congressista que teve todo o dinheiro pedido empenhado (reservado no Orçamento para pagamento) pelo ministério (R$ 9,1 milhões), superando 219 colegas que também solicitaram recursos para obras da Integração. Liberado em dezembro, o dinheiro solicitado pelo deputado iria para ações tocadas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba), uma empresa pública presidida pelo irmão do ministro, Clementino Coelho, que deixou o cargo após as acusações.

Bezerra alega que as acusações são infundadas, com origem no acirramento eleitoral.

Breno Costa/Folhapress

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *