Petrolina foi destaque no Globo Repórter

Voluntários escrevem cartões de Natal no Terminal Tietê, em São Paulo

E em cartas de Natal no Terminal Tietê, a emocionante história de amor entre avó e neta separadas pela distância entre São Paulo e Petrolina.

A São Paulo que nunca para é ainda mais frenética no fim do ano. Correria no comércio, no trânsito. É o Natal que se aproxima. Ansiedade para encontrar a família, celebrar a união. Mas é hora, também, de doar. Tempo, carinho, atenção.

Jovens bandeirantes da capital paulista dão exemplo. Nas férias são voluntários: escrevem cartões de Natal na maior rodoviária do país, o Terminal Tietê, por onde passam quase 3 milhões de passageiros por mês. Reproduzem aqui uma cena que ficou famosa, 13 anos atrás, no filme “Central do Brasi”, Dora, a personagem de Fernanda Montenegro, escrevia cartas para analfabetos na estação.

“Dá pra você sentir que as pessoas ficam mais felizes de você dar bom dia, de você dar boa tarde para as pessoas, dar atenção pra elas”, conta Gabriel Garcia.

E por que na era da comunicação imediata, dos celulares, das mensagens de texto e dos emails tanta gente ainda prefere expressar seus sentimentos com papel e caneta nos velhos cartões de natal? A resposta está nas palavras que escritas assim são como um presente. Um presente real, não virtual e que pode ser guardado, exibido ou relido, quantas vezes a saudade pedir.

Saudade. Dona Marinalva sofre com a falta do marido e da neta que moram bem distantes da agitação paulistana.

“Não fico sem ela tanto tempo que eu tenho muita saudade dela, muita mesmo. Eu tenho certeza que ela tem muita saudade de mim”, diz.

Yasmin Rafaela foi criada pela avó desde bebê. É um chamego!

“Filha, a mainha volta logo. Eu quero lhe dizer que eu te amo muito, que estou com muita, muita saudades. Um beijo no fundo do seu coração. Te amo, rainha”, diz Marinalva ao voluntário que escreve o cartão.

A distância é necessária. Dona Marinalva está em São Paulo fazendo um tratamento de saúde.
Petrolina, sertão Pernambucano. O rio São Francisco separa a cidade, de Juazeiro, na Bahia. E é em Petrolina que mora a família de dona Marinalva.

Nós viemos lá de São Paulo até aqui pra encurtar a distância entre a Dona Marinalva e a família dela. Já descobrimos a rua onde ela mora, não tem nem pavimento, é um bairro novo aqui de Petrolina. E também já descobrimos a casa onde ela mora com seu Gilberto e com a Yasmim que é a netinha dela. É claro que eles não sabem que a gente está aqui e a gente também não sabe se eles estão em casa. Mas arricasmos, afinal de contas as cartinhas que os Correios trariam até aqui, a gente trouxe.

O Globo Repórter trouxe as cartinhas de Marinalva para o seu Gilberto e para Yasmin, direto de São Paulo.
Avó, que Yasmin chama de mãe: “Porque foi ela que me criou desde pequena”, diz.

No cartão de Natal, uma mensagem especial de Dona Marinalva para a Yasmin.

“Filha, a mãinha volta logo. Quero te dizer que estou com muita, muita saudades. Talvez estarei aí no ano novo pra matar essa saudade. Eu te desejo um feliz natal e até o ano que vem. Um beijo no fundo do seu coração. Te amo, rainha.”

Mesmo distante neste Natal, Dona Marinalva estará presente.

“Oi, mãe? Eu também te amo. Eu gostei da surpresa. Eu vou ler todo dia o cartão. Feliz Natal para a senhora viu? Um beijo”, diz Yasmin ao telefone.

“Que hora você sente mais falta dela?”, pergunta a repórter.

“Sinto falta toda hora. Porque foi ela que me criou”, responde Yasmin emocionada.
E de São Paulo, Dona Marinalva deixa um recado:

“Te amo filha, minha filhinha-neta. Te amo, te amo”, diz.

(Globo Repórter)

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