“O GOVERNO OFERECEU CRECHE PARA O MUNICÍPIO, MAS NÃO ACEITEI”, DIZ PREFEITO
AP – Empobrecidos e sem recursos suficientes para tocarem seus municípios, os prefeitos baianos continuam dependendo dos repasses do Governo Federal e de alguns recursos do Estado. Sem auto-suficiência e com poucas arrecadações, os novos gestores que sonhavam com as mudanças e as transformações necessárias para fazer a diferença, se esbarraram em sérias dificuldades financeiras.
Em Remanso, não é diferente, as reclamações são as mesmas. Segundo o Prefeito, Doutor Celso (PT), devido a falta de recursos não acontecerá as festividades juninas no município. “É impossível programar alguma festividade, a não ser que a situação financeira melhore. A única festa que terá são as organizadas pela própria população nos bairros da cidade”, informou.
Segundo ele, de 4 anos para cá os municípios perderam em torno de 25% de repasse. “De cada 4 anos perdemos 1 ano na questão financeira, com isso estamos impossibilitados de honrar os nossos compromissos. O Governo Federal vem enchendo os municípios de programas e nós não temos como sustentar, já fechamos o CEO e estamos com muitas dificuldades de manter os demais programas, para ser ter idéia o governo já ofereceu creche para o município, mas não aceitei”, explicou.
Para não endividar mais o município, Celso informou que foi obrigado a demitir 300 funcionários. “O corte é apenas uma das medidas adotadas para reduzir gastos. Dos 300 funcionários, 100 foram da área de saúde. Existe a necessidade de uma adequação econômica, em função da redução no orçamento e na participação do município no bolo do ICMS”, justifica.
Ele frisa ainda que novos cortes não estão descartados e que poderão acontecer nos próximos meses. “Se houver a necessidade de novos cortes, vamos fazê-los. A receita que estamos recebendo só está dando para pagar a folha e o transporte e não sobra dinheiro para mais nada. Queremos trabalhar, mas sem dinheiro fica impossível”, lamentou.