QUANDO O “VOLTA LULA” É ENSAIADO, O PETISTA REAPARECE

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é, para muito, o maior “animal político” do País. E essa classificação muito se deve à leitura de que o petista tem um senso de oportunidade completamente diferenciado. E tem. Ele sabe exatamente como a roda funciona e os momentos certos para, digamos, fazê-la girar.

Com o conjunto de dificuldades que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem enfrentado, vem surgindo nos bastidores do Partido dos Trabalhadores e do próprio Governo Federal a defesa do retorno do cacique-mor do partido, de olho, claro, na disputa eleitoral que se avizinha. Ninguém assume publicamente a possibilidade. Pelo contrário. Há depoimentos de apoios à atual chefe do Executivo nacional.

No entanto,  quando o assunto começa a se repetir com mais frequência, eis que Lula aparece – meio que assim do nada – para um encontro com blogueiros, em São Paulo. E não é apenas uma questão de aparecer, mas de se colocar na atual pauta de discussões sobre as eleições deste ano e da administração do País. Uma coincidência muito curiosa.

No encontro com blogueiros, ele ensaia um pouco do que pode ser a sua participação no pleito de 2014. Pontua questões sobre os adversários da presidente Dilma Rousseff (ou dele próprio, quem sabe?) e aponta fatos que ele considera como contradições no discursos opositores.

A migração do governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) foi um dos pontos que Lula fez questão de tentar cristalizar a sua impressão. O ex-presidente usou de sua experiência para tachar o ex-aliado de neodireitista. O petista não afirmou que não entendeu a migração do socialista para a oposição. Ele escolheu o termo “ida à direita” para rotular o movimento.

Lula sabe que a retórica não é uma arte dominada pela presidente Dilma Rousseff. Longe disso, aliás. Portanto, não perderá a oportunidade de criar oportunidades de defender um projeto político que ainda o tem como o grande norte. Seja na figura carismática que é, seja pela força e pela habilidade política que lhe acompanham.

Ele quer e vai participar da corrida sucessória do Palácio do Planalto. Agora, no papel de titular ou de técnico vai depender de uma série de fatores que incluem as vontades da própria Dilma e dele, claro.

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