Jardim das Folhas Sagradas será lançado dia 04 em Petrolina

No dia 04 de novembro estará em cartaz à produção baiana Jardim das Folhas Sagradas de Pola Ribeiro. O lançamento será simultâneo nos cinemas de Salvador, Feira de Santana, Aracaju e Petrolina e depois em todo o território nacional. O filme narra a história da cultura negra capaz de atrair e prender a atenção do público, pela riqueza da linguagem e da trama, ao tratar também de questões ecológicas em consonância com os conflitos religiosos e o preconceito racial.
De acordo com Pola, o filme foi construído com elementos de humor, suspense, aventura, intriga política, romance, lenda, magia, mistério e drama, propondo a reflexão crítica sobre a história e a realidade da cidade de Salvador. “Eu quis fazer um filme que trouxesse as discussões dos negros da Bahia e as questões ecológicas”, disse citando um proverbio iorubá “sem fôlego não tem orixá, sem água não tem orixá, sem água não tem vida”, acrescentando que a produção tem esse sentido no seu DNA, na sua composição.
A abordagem sobre a milenar cultura negra e como o assunto vem sendo tratando no mundo contemporâneo, pós-industrial, é o que qualifica o filme, explica Pola. “O candomblé responde por considerável parcela do amálgama cultural da capital baiana, onde a diáspora africana manteve mais acesa as práticas religiosas originais, fazemos uma abordagem da vida da cidade do ponto de vista do povo-de-santo é, assim, repleta de significados, além de tratar a natureza como peça fundamental do cenário cultural negro e sua importância”, atenta apontando que é curiosa a atitude do negro de entender, em sua essência, que todos são irmãos. “Abordamos também o espírito de fraternidade eminente na população negra”.
Religião e diferentes etnias também são assuntos enfocados, quando no fio que tece a trama é o enfrentamento entre o candomblé – tradicional religião afro-brasileira ritualmente vinculada à natureza – e a expansão imobiliária, um dos fenômenos decorrentes do crescimento e da modernização de Salvador, que naturalmente afasta os terreiros de candomblé dos centros urbanos. “Questionamos o efeito deletério da redução de espaços verdes e da degradação de reservas naturais”.
Na história contada por Pola, de Bonfim, o personagem principal, circundam cinco personagens importantes, mais 20 personagens secundárias em cena e segundo Pola, há cenas que aparecem mais de duas mil pessoas, ou seja, figurantes. “Entre eles, atuam velhos atores negros baianos e jovens, com a participação importante do Movimento Negro da Bahia”, explica.
A maioria das cenas foi gravada no recôncavo e traz como trilha sonora canção da cantora Maria Bethânia.
O Filme
O Filme conta a história de um ex-bancário Bonfim, filho de uma yalorixá e de um jornalista de esquerda, que persegue o objetivo de criar o “Jardim das Folhas Sagradas”. Neste intento, experimentará o sabor do amor e do desprezo, da amizade e da traição, compartilhando, com o espectador, o aprendizado do uso da força e da sabedoria ancestral do candomblé para a superação dos obstáculos construídos pelas contradições e conflitos da modernidade.


Por Mônia Ramos




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